Talvez por ter vivido o ufanismo
exacerbado manipulado pelos militares, quando se usou e abusou
do chamamento ao patriotismo, não consigo deixar de
suspeitar da campanha lançada pelo presidente Lula
nesse 7 de Setembro.
Nada contra, claro, o civismo e a comemoração
dos ícones nacionais. Nada contra também que
tenhamos orgulho da brasilidade. Impossível, porém,
não desconfiar de que, por trás desse movimento
alardeado pelo governo, não tenha um lance de marketing
para fundir, numa só tacada, os símbolos nacionais
com Lula, em particular, e o PT, no geral.
O PT tem demonstrado, até aqui, inabilidade em separar
interesses partidários, dos interesses do governo e
do Estado. Até que ponto há, no fundo, um projeto
mais partidário do que cívico nessa campanha
de patriotismo.
Quando vejo governo, qualquer governo, tentando liderar paixões
nacionais, fazendo exaltações cívicas,
fico sempre, e sempre vou ficar, com um pé atrás.
Ainda quando o líder dessa campanha, Lula, fala frases
do tipo: "Minha vitória é uma conquista
da humanidade". Ou sobre sua lições no
Gabão sobre permanência no poder.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online,
na editoria Pensata.
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