A Fundação Seade concluiu,
na semana passada, levantamento com base em atestados de óbitos
do Instituto Médico Legal, no qual mostra que, de 1999
até o final de 2004, a queda da taxa de homicídios
na região metropolitana de São Paulo foi de
39%; na capital, 40%. Você não leu errado, caro
leitor, 40%.
É um número ainda mais forte do que o apresentado
pela Unesco, divulgado há dez dias, que não
englobou o ano de 2004. Os dados da região metropolitana
explicam, em boa parte, a queda do índice de assassinatos
em todo o Estado.
Ainda ninguém sabe dizer ao certo os motivos dessa
questão; não se sabe qual a parte que cabe,
nessa queda, à polícia, à comunidade
ou a tendências demográficas (está caindo,
por exemplo, a taxa de fecundidade das mulheres o que leva
a termos menos jovens) ou aos programas de renda mínima.
Mas algo de muito sério está acontecendo e
mostra que estamos diante de uma monumental experiência
social, ainda a ser estudada. Ou estamos diante de uma fraude
dos números (difícil de imaginar levando-se
em conta do prestígio da Fundação Seade)
ou diante de um fato extraordinário de engenharia comunitária,
no qual prefeitura, governo estadual e associações
de bairro e ongs são sócios.
Coluna originalmente publicada
na Folha Online, na editoria Pensata.
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