É, sem nenhum exagero, uma
tragédia educacional. A imensa maioria --no caso, quase
90%-- dos formados em Direito que prestaram, neste ano, concurso
da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo para
exercerem a profissão foi reprovada. Ou seja, vão
ter de escolher outra atividade. Isso depois de passarem anos
pagando a mensalidade escolar. Note-se que essa é só
a primeira fase, ainda falta mais uma etapa.
O que pensar de um sistema de ensino superior que a cada
10 alunos reprova 9? Fosse, por exemplo, uma fábrica
de analgésicos --de cada 10 comprimidos, 9 são
imprestáveis-- já teria fechado em uma semana.
É um crime em todos os sentidos: a começar dos
jovens submetidos a faculdades de fundo de quintal.
Mas o que causa preocupação, de fato, são
os sinais de que não é um caso isolado. E se
cada ordem profissional submetesse os recém-formados
a esse tipo de teste? E se os resultados fossem parecidos?
Daí veríamos que a tragédia dos ex-futuros
advogados é a tragédia de toda uma nação.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, na editoria Pensata.
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