Infelizmente,
não causou escândalo relatório divulgado
pelo governo federal que informa que, apesar do gigantesco
desemprego, sobram centenas de milhares de vagas para funções
qualificadas. Daria, na minha opinião, uma CPI.
O escândalo é o seguinte: gastam-se bilhões
de reais, saídos dos cofres públicos, para manter
programas de formação profissional de sindicatos
patronais e de trabalhadores, sem contar os cursos mantidos
pelos governos estaduais e municipais. A sobra de emprego
revela que se deveria fazer uma profunda investigação
nesses programas.
Enquanto isso, estimula-se, com dinheiro público,
a distribuição de bolsas para jovens cursarem
faculdade, cujos alunos, uma vez formados, ficam longe do
mercado. Será que precisamos de mais pessoas formadas
em direito ou administração? Ou precisamos de
técnicos em informática, logística ou
exploração mineral?
O que o mercado está dizendo claramente é que
o jovem teria mais chance de ganhar um emprego se fizesse
um curso técnico ou tecnológico. Fazer um curso
superior pode significar, em muitos casos, apenas um diploma
de otário.
***
Preparei um material no meu site
sobre tendências e novos cursos profissionais.
São Paulo começa a oferecer, dentro das escolas
públicas, por exemplo, cursos técnicos à
distância.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
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