Um dos projetos mais consistentes
da prefeita Marta Suplicy são os programas de renda
mínima. Apesar de todas as suas fragilidades e erros,
esses programas exibem uma notável engenharia, exemplar
no país.
É uma teia que reúne dinheiro federal, estadual
e municipal. Não sem motivo virou fonte de estudo.
Corre, porém, o risco de ser emporcalhado nessa sucessão.
Luís Favre, um dos coordenadores da campanha de Marta
Suplicy, resolveu atacar José Serra criticando os programas
de renda mínima estaduais e elogia, ao mesmo tempo,
os da prefeita. E ainda informa que, se eleito, Serra vai
acabar com tudo.
Ocorre que a grandeza dos programas de renda mínima
de Marta se deve justamente à costura de recursos dos
vários níveis de poder. É algo complexo,
exige a desmontagem de feudos administrativos e capacidade
de trabalhar em conjunto.
É uma das áreas em que governo estadual e municipal
melhor trabalham em parceria --e, em boa medida, inspirados
na pregação pioneira de Eduardo Suplicy.
Os políticos devem ter mais cuidado para que projetos
desse tipo não sofram ameaça pelas cobiças
eleitorais e sejam maculados pela baixaria.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online,
na editoria Pensata.
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