Se sair mesmo
candidata à Prefeitura de São Paulo, como indicam
as articulações de bastidores, Marta Suplicy
já está com um pé no segundo turno, o
que revela como sua gestão conseguiu deixar uma sólida
lembrança no eleitorado, especialmente o mais pobre.
Com base nesse apoio, seus defensores estão articulando
a campanha "Marta, volta".
Hoje ela tem uma experiência administrativa municipal
e federal, o que não existia quando venceu a eleição
para a prefeitura. Possivelmente, a derrota que sofreu, na
disputa à reeleição, deve tê-la
ensinado algo sobre como fazer alianças, lidar com
as adversidades e manter o equilíbrio emocional para
governar uma cidade com a complexidade de São Paulo.
Em poucas palavras, é uma candidata eleitoralmente
forte, acrescida de uma vivência administrativa local
que pode até ajudar a enriquecer, com soluções
concretas, o debate eleitoral.
O grande mistério é saber se Marta, caso eleita,
volta mesmo. Seu grande projeto, sabido por todos, é
suceder Lula ou tentar o governo de São Paulo. Uma
vitória municipal levará seu nome a circular
na disputa estadual ou, quem sabe, federal. Vai resistir?
Talvez não queira resistir. Mas existirá espaço
para ela repetir o trampolim de José Serra? Afinal,
na próxima eleição haverá ainda
mais cobrança para que não se eleja um prefeito
com mandato-tampão. A cidade está cada vez mais
mobilizada e atenta.
O fato é que, neste próximo pleito, com tantos
nomes fortes, os principais deles com ampla experiência
administrativa, como Alckmin e Kassab, um candidato que não
transmita a certeza de que a prefeitura não é
um trampolim terá dificuldades sérias nas urnas.
Se Marta quiser mesmo se eleger, terá de ser bem convincente
de que deseja, de fato, voltar à prefeitura.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
|