O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva entra na história como o primeiro presidente
brasileiro a inaugurar uma enchente. Por incrível que
pareça, não é piada. É apenas
um exemplo dos riscos de uma campanha eleitoral.
Quero ressalvar aqui que Lula tem todo o direito de ajudar
Marta Suplicy, inclusive indo aos comícios, falando
no horário eleitoral. O problema, no caso, é
outro.
Primeiro, ele vem a São Paulo e transforma uma obra
pública, na Radial Leste, em palanque para a prefeitura,
misturando o público e o privado --o que arranha a
imagem da própria Presidência.
Para piorar, por causa de uma chuva, a obra ajudou a provocar
enchentes, o que talvez se explique menos pelo calendário
dos engenheiros do que dos políticos.
O governador Geraldo Alckmin reclama que não é
certo esse tipo de envolvimento de um presidente numa obra
que, aliás, teve ajuda estadual.
Mas o governador teria mais autoridade para reclamar se,
como mostram os jornais, ele não tivesse aumentado
a publicidade oficial nesses meses, beneficiando espertamente
a José Serra.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, na editoria Pensata.
|