Coloquei essa pergunta para os leitores de meu site e já dá para tirar pelo
menos uma conclusão: Serra está conseguindo convencer boa
parte do eleitor brasileiro sobre sua candidatura, como, aliás,
mostram as pesquisas. A bateria de e-mails que recebi, porém,
mostra que ele ainda está longe de acalmar o eleitor paulistano
que, segundo as pesquisas, está gostando de sua gestão.
A enquete não é científica, mas, coincidência ou não, aproxima-se
muito do resultado do levantamento do Datafolha, que mostrou,
por exemplo, que 81% dos paulistanos, com mais de dez salários
mínimos, e 77% daqueles com diploma de ensino superior, querem
que ele acabe seu mandato. A julgar pela amostragem dos e-mails
essa tendência não mudou. Se ele conseguir um bom discurso,
convencendo os paulistanos de que uma "missão maior" o chama
e que não pode recusar, talvez o ambiente, com o tempo, se
desanuvie.
Se não conseguir, resta saber até que ponto o fator paulistano
--a da promessa não cumprida-- terá efeito nacional. E, nesse
ponto, há bons argumentos de todos os lados. Uns falam que,
diante de um bom plano de governo, os eleitores de Serra na
cidade de São Paulo vão acabar se acomodando. Ele vai mostrar
que é o presidente que vai fazer o país crescer e, portanto,
os paulistanos, como todos os brasileiros, seriam beneficiados.
Outros acham que o PT vai ficar martelando a promessa descumprida
e, num disputa em que a ética será um grande tema, o PSDB
ficaria vulnerável.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, na editoria Pensata.
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