Recentemente
num seminário realizado por economistas, foi mostrada
a estatística, polêmica, de que apenas 20% do
desempenho escolar do aluno dependem da escola; o restante
vem de sua base familiar e de sua vivência social. Não
sei dizer se a divisão é essa mesmo, mas a visão,
no geral, está correta, prova disso é um fato
desconhecido dos governantes brasileiros -- e mostra a relação
entre ignorância e doença.
Um levantamento oficial, feito no final do ano passado, mostrou
que uma imensa parcela dos estudantes da rede municipal de
São Paulo sofre de doenças básicas, com
problemas de visão, audição, verminoses,
anemias, infecções bucais e cáries. Se
tivessem feito um avaliação de distúrbios
mentais -- ansiedade, depressão, distúrbio de
atenção -- e do consumo de drogas e álcool,
concluiríamos que, por mais que se melhore a escola,
batalhões de alunos dificilmente vão melhorar.
Nas famílias mais ricas, não se admite, por
exemplo, uma criança, com deficiência visual,
sem um par de óculos. Ou com qualquer sinal de anemia,
já que o cansaço dela é tão visível,
tão visível, que alguém já teria
tomado providência.
Por isso, se quiserem levar a sério a educação
(e também o combate à violência, prevenindo
a produção de marginais) os governantes terão
de fazer com que as áreas de saúde, educação
e assistência social trabalhem juntas na escolas. Isso
só não acontece hoje porque nossos governantes
também sofrem da doença da ignorância.
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, editoria Pensata.
Burrice mata
Capacitação
de professores de EMEFs para atuarem na saúde
Universidade
contribuirá com a saúde das escolas de SP
Programa
Saúde da Escola para melhorar o rendimento dos alunos
Agentes
de Saúde em integração com escolas
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