Há
alguns anos, via-se como exagerada a afirmação
de que, diante da escalada da criminalidade, estávamos
no caminho da Colômbia, onde políticos, juízes,
promotores e jornalistas viviam sob ameaça de traficantes
extremamente organizados.
O seqüestro dos dois funcionários da TV Globo,
com a exigência de transmissão de uma mensagem
pela emissora, a lista de morte com o nome de juízes
e até de políticos, tudo isso só está
mostrando o crescimento de um poder paralelo, beneficiado
pela mão-de-obra abundante e ousada.
Neste ano eleitoral, estamos diante de uma situação
de ruptura da ordem, uma terrível síntese do
que fomos postergando, descuidando, das obrigações
do Estado e da seriedade administrativa. Querem entender o
que significa marginalidade social, corrupção,
ineficiência administrativa, má distribuição
de renda, baixa educação, impunidade, traduza
pela sigla PCC.
Até agora, não se viu de nenhum candidato,
nenhum, um projeto com um mínimo de consistência,
para prevenir que esse tipo de ameaça prospere.
Coluna originalmente publicada
na Folha Online, editoria Pensata.
Colômbia
diminui a violência transformando-se em cidade educadora
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