O prefeito
Gilberto Kassab determinou a seus assessores que se montasse
um mecanismo de avaliação das escolas para premiar,
com bônus de final de ano, professores e diretores a
partir de seu desempenho - é até agora a melhor
e mais inovadora idéia da gestão de Kassab que,
obviamente, só merece mesmo elogios se sair do papel
e não sucumbir à previsível fúria
corporativista. Como já comentei aqui, a cidade de
São Paulo tem indicadores educacionais pior do que
os de quase todas as capitais.
Tal projeto parte de uma premissa: um sistema de avaliação
escola por escola usando os mais diferentes critérios,
não só o das notas. Isso é a base para
políticas sociais mais transparentes, capazes de serem
fiscalizadas e pressionadas pela sociedade, a começar
de seus maiores interessados, no caso pais e alunos.
Em cima disso, parte-se do pressuposto de que aqueles que
trabalham mais e melhor merecem recompensa. É uma tentativa
de escapar da mediocridade do funcionalismo, na qual o mérito
não é premiado e o erro não é
punido. O educador passaria, então, a ser sócio
do sucesso e não do fracasso dos estudantes.
Claro que, se for para valer, a premiação exige
toda uma teia de ações como a melhoria da infra-estrutura
das escolas, formação contínua dos professores
e diretores, integração de políticas
públicas em torno da educação (cuidar
melhor da saúde dos alunos, por exemplo), aumento do
tempo de permanência dos alunos dentro da escola ou
uso de espaços comunitários.
O bônus por mérito ajudaria a formar uma visão
mais arejada do serviço público, no geral, e
da educação, em particular. Sem indicadores
claros, não se sabe onde está nem onde chegar;
sem premiar os melhores, a partir desses indicadores, não
há estímulo à inovação.
P.S: Coloquei no site
experiência desse tipo realizada em pequena escala
em Pernambuco.
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, editoria Pensata.
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