Os métodos
do PCC são terríveis e selvagens, mas há,
em tudo isso, uma boa lição de civilidade: estamos
vendo como a repressão é limitada para enfrentar
a violência. Quanto mais se prende (e é isso
o que a opinião pública quer), mais vulnerável
fica a sociedade --isso porque o PCC se torna ainda mais forte.
Quanto mais se pede tratamento desumano aos presos, num espírito
de vingança, mais e mais somos, como estamos vendo,
as vítimas, e não só eles, os delinquentes.
Mais importante do que tudo, quando menos conseguimos oferecer
mecanismos de inclusão, evitando a marginalidade infanto-juvenil,
o que exige práticas muito melhores de políticas
públicas, mais difícil será evitar que
o PCC tenha adeptos, por uma simples questão da lei
da oferta e da procura.
Quanto mais retardamos as reformas para que o país
cresça, com menos peso do Estado e gastos públicos
mais qualificados, mais inseguros ficaremos no futuro, por
falta de empregos.
Essas são as boas lições do PCC.
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, editoria Pensata.
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