Por conta
dos péssimos índices educacionais no Brasil
- e, em especial, em São Paulo - está surgindo
uma onda contra a chamada progressão continuada nas
escolas, estimulada em especial pelo PT. O que se pretende,
em essência, é devolver ao professor um instrumental
para que possa fazer com que o aluno que não aprende
repita o ano. Parece sensato - mas, na verdade, esse é
um magnífico jeito de ajudar o PCC, produzindo ainda
mais candidatos à delinqüência.
O aluno que repete o ano se torna um frustrado, um ressentido,
sente-se incapaz na escola. Está mais próximo
da evasão, ou seja, ir para a rua, do que de aprender
alguma coisa. Repetir o ano até funciona em casos específicos,
mas quando uma grande parte se dá mal é porque
a culpa não é do aluno. Imagine o que um sujeito
assim vai fazer na periferia.
Entendo a frustração dos professores, a dor
que sentem ao ver que alunos que não aprendem vão
passando de ano. Mas o melhor caminho é o mais difícil:
montar programas permanentes de reforços, com classes
especiais ou ajuda individualizada, para que o estudante aprende.
E o que ele aprende faça sentido em sua vida. Isso
se não quisermos ajudar ainda mais a produzir mão-de-obra
barata e abundante para o PCC.
Insisto que a educação em tempo integral não
é um projeto de ensino, mas de nação.
PS - Se quiserem ver um belo antídoto educativo contra
o PCC, vejam a experiência de Apucarana.
Brasil em tempo
integral
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, editoria Pensata.
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