A pedra calcário da chapada
do Apodi, no Ceará, se transformou em relógio
de sol, uma rosácea, um fontenário, no brasão
de Limoeiro do Norte, em pináculo, em banco de jardim
e em um busto. Estas peças de arquitetura são
alguns produtos extraídos dos blocos de calcário
pelos 13 jovens cearenses que concluem hoje o curso de técnico
em Cantaria, no Centro de Articulação e Educação
Ambiental do Instituto Centec, em Limoeiro do Norte.
O curso, com 600 horas de aula, foi dado por duas mestres
em Cantaria, Cristina Ferreira da Silva e Alzira Póvoa
Antunes, da Escola Profissional de Artes e Ofícios
Tradicionais da Batalha, a 100 Km de Lisboa, em Portugal.
A entrega dos certificados acontece hoje, às 9 horas,
no auditório do Instituto Centec, em Limoeiro, seguida
de exposição dos trabalhos no Parque Florestal
com o governador Lúcio Alcântara e a secretária
de Cultura, Cláudia Leitão. No próximo
dia 17, será aberta a exposição Cantaria,
a Arte de Esculpir em Pedra, no Centro Dragão do Mar
de Arte, em Fortaleza.
Alzira Póvoa, que ensinou o ofício durante
os últimos três meses, avalia que alguns dos
alunos têm o perfil exato de um canteiro, o profissional
da arte da cantaria. “Acho que com força de vontade
eles vão conseguir chegar lá”. A mestre
em cantaria recomenda que os novos técnicos sejam orientados,
recebam ferramentas e apoio inicial com muita divulgação
até conhecerem o mercado.
“Esta é uma boa profissão, de bom salário
e perspectiva de vida melhor. Quem se ligar nisso vai ter
um grande futuro”, disse ela, ao informar que não
há técnico canteiro no Nordeste, e só
tem notícia da presença do profissional, no
Brasil, em Ouro Preto, Minas Gerais. “Este é
um trabalho muito bom e muitos gostariam de comprar, se soubessem
que agora é feito no Ceará”, afirma. Segundo
ela, um brasão em Portugal custa em torno de R$ 600
a R$ 700.
“As peças a serem produzidas foram escolhidas
não só pelo aspecto da escultura e de ser uma
peça única personalizada, mas sobretudo pelo
sentido utilitário e funcional”, explica Alzira
Póvoa. Foi levada em conta a boa aceitação
dos trabalhos pelo mercado. A mestre canteira conta que ensinou
os alunos a fazerem orçamento, a terem idéias
de prazo de entrega dos pedidos e de como devem lidar com
os clientes.
As informações são
do Diário do Nordeste.
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