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segurança
13/07/2004
Paraná ganha 53 novos conselhos comunitários em seis meses

A política estadual de investimento no policiamento comunitário serviu como um impulso para o surgimento de novos conselhos de segurança nos bairros das grandes cidades do Paraná. Somente nos seis meses primeiros meses de 2004, houve um crescimento de quase 50% no número desse tipo de entidade no estado. Hoje, são 170 que existiam no fim de 2003. Além de mais numerosas, as associações ficaram mais ativas, embora ainda esbarrem na falta de recursos e no risco de uso político.

“Parte dos conselhos que foram criados nos anos 80 e 90 estavam desativadas. Muitas vezes eram criados em períodos de eleições por algum candidato e depois ficavam esvaziados”, lembra o coordenador estadual dos conselhos da Secretaria de Estado da Segurança (Sesp), Benjamim Zanlorenzi. A nova onda de adesões à idéia é explicada pelo projeto de Policiamento Ostensivo Volante (Povo), um modelo de ronda comunitária em que o bairro precisa ter um conselho para receber o serviço. O Povo foi lançado em algumas áreas de Curitiba e Londrina e será estendido a outras grandes cidades do estado.

Exemplo

O objetivo da secretaria é consolidar uma rede de conselhos conectados ao policiamento. Por isso, policiais civis e militares participam das reuniões dos membros da comunidade. O projeto foi baseado em experiências de outros países. “Os conselhos surgiram em Los Angeles, nos Estados Unidos, na década de 60, e se transformaram em células comunitárias para fiscalizar a polícia”, conta Zanlorenzi. No Paraná, a primeira experiência do gênero foi em 1982, em Londrina. “Mas foi no ano seguinte, em Maringá, que se montou um modelo mais duradouro”, diz.

A principal dificuldade para a estruturação dos conselhos é a mobilização dos moradores de um bairro. Além disso, eles não recebem recursos para materiais, aluguel de salas ou outros custos das reuniões. “Temos dificuldade de comunicação com os vizinhos porque não temos dinheiro para fazer uma panfletagem ou chamar as pessoas pelo rádio”, diz o presidente do conselho do bairro Hauer, em Curitiba, Bento da Costa. Mesmo assim, aparecem em média 80 moradores em cada encontro. Uma “vaquinha” entre diretores da associação garante os R$100 para pagar o aluguel de um lugar pra a reunião mensal.

Apoio
O recém-criado conselho do bairro Uberaba, também em Curitiba, teve de superar a frustração de três iniciativas pré-eleitorais que fracassaram na região durante os anos 90. “Todos os possíveis candidatos ficaram de fora da direção para evitar que o conselho se esvazie depois de outubro”, conta o presidente da organização não-governamental, Jaime Piloni. No Uberaba, o ponto de partida para a nova empreitada foi associação comercial do bairro. “Pensamos em fazer um departamento para discutir segurança, mas daí vimos que seria melhor levar o assunto para fora”, comenta Piloni.

Na opinião da socióloga Mônica Nascimento, assistente da coordenação de segurança da ONG Viva Rio, o apoio estatal para a criação de conselhos é importante para que eles ganhem representatividade. “Fizemos um projeto parecido em parceria com a prefeitura de Resende (RJ). Esses fóruns precisam ter metas claras, como identificar problemas, participar do planejamento de ações contra violências e fazer campanhas educativas”, afirma ela. A ligação com o Estado também faz com que os conselhos tenham um contato mais claro e direto com as autoridades que têm dever de combater a violência. “E isso não se restringe a dizer o que incomoda. Inclui participar de programas públicos dirigidos aos bairros”, completa.


As informações são da Gazeta do Povo, de Curitiba-PR.


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- Policiais participam das reuniões mensais

 
 
 

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