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A VII Festa Junina da Catedral
Rainha da Paz (Eixo Monumental, próximo ao Setor Militar
Urbano) durou três dias, mas seus frutos deverão
ser bem mais longos.
Coordenada há dois anos pela
carioca Maria de Lourdes Cavour, 53 anos, a renda da festa
desse ano tem três destinações: parte
vai para a pintura da igreja, outra parcela ajudará
uma rádio católica e, o restante, será
destinado à Casa da Sopa, como é conhecido o
trabalho voluntário que distribui diariamente 1,5 mil
pratos de sopa por noite aos sem-teto de Brasília.
"É um trabalho belíssimo,
mas que precisa de muita fé. Vamos ao encontro de pessoas
debaixo de pontes, em lixões. Já vi crianças,
quase nuas, saindo do mato desesperadas de fome. Muitas vezes,
aquele é seu primeiro prato do dia", diz, Ângela
Martoneto, 53 anos, que preside a pastoral (Casa da Sopa),
fundada pelo Capelão-Militar Dom Geraldo Ávila.
Segundo Ângela Martoneto, das
cerca de 300 pessoas que moram no lixão, 108 são
crianças de zero a sete anos. "Elas não
freqüentam escolas, não têm um teto, e,
geralmente, suas famílias são desestruturadas".
Segundo o pároco Mário
Marquez, auxiliar de Dom Ávila, além da coleta
dos três dias de festa junina, todo o ofertório
da igreja nos dias 25 de cada mês vai para a Casa da
Sopa. "Já chegamos a conseguir R$ 4 mil, mas também
contamos com doações", conta. O pároco
revelou, ainda, que toda segunda-feira uma pessoa, que não
se identifica, doa cerca de 300 quilos em alimentos para a
obra social. "Ainda existem pessoas assim", elogia.
A quantia coletada na festa junina
deste ano ainda não foi contabilizada. Segundo os organizadores,
99% da festa foi doação, por isso os preços
praticados nas barraquinhas foram tão baixos.
A sede da Fraternidade, conhecida
como Casa da Sopa, fica na quadra 10, conjunto R, casa 2 -
Cruzeiro Velho. Telefone: (61) 233-5477
Quem quiser, pode doar dinheiro, alimentos,
roupas, calçados ou brinquedos.
As informações são
do Jornal de Brasília.
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