LONDRINA (PR) - Sem recursos para
poder pagar o salário de um farmacêutico, a Farmácia
Comunitária de Londrina corre o risco de fechar as portas.
O estabelecimento é administrado pela Organização
Não Governamental (ONG) Grupo Asha e distribui, gratuitamente,
medicamentos para a comunidade mediante apresentação
de receita médica. ''Enfatizamos os produtos não
disponíveis nos postos de sa© úde'', afirmou
o diretor da farmácia, Edmundo Silva Novais.
Os remédios distribuídos pela entidade são
obtidos através da doação de produtos
que sobram nas casas das pessoas. A arrecadação
é feita por voluntários. O aluguel e as despesas
básicas do estabelecimento são custeados com
a colaboração de empresários da cidade.
''A nossa maior dificuldade é mesmo o pagamento do
farmacêutico. Sem ele, não podemos funcionar'',
ressaltou Novais.
Na última Conferência Municipal de Saúde,
realizada há cerca de um ano, o diretor da Farmácia
Comunitária pleiteou o repasse de uma verba de R$ 1,5
mil mensais para custear o pagamento do salário do
funcionário. A proposta foi aprovada, mas, até
hoje, a ONG não recebeu o dinheiro. A verba, segundo
ele, deveria ser paga pela Secretaria Municipal de Saúde
através do Conselho Municipal de Saúde.
A secretária administrativa do Conselho, Márcia
Brizola, explicou que a Conferência não tem poder
deliberativo, por isso a proposta precisaria ser aprovada
pelos conselheiros antes de ser incorporada ao Plano Municipal
de Saúde. Ela informou que o diretor da Farmácia
apresentou a mesma reivindicação ao Conselho
em abril de 2003 (antes da Conferência), mas os conselheiros
não aprovaram.
O argumento é que a decisão abriria precedentes
para outras entidades pedirem o mesmo tipo de ajuda. ''Isso
comprometeria o teto financeiro do SUS (Sistema Único
de Saúde) no município'', disse. Após
a aprovação na conferência, a discussão
voltou ao Conselho de Saúde que, mais uma vez, deu
parecer contrário à reivindicação.
Conforme Márcia, a inciativa da farmácia foi
considerada válida, mas os conselheiros consideraram
que já existe assistência farmácêutica
na rede pública.
Diante das negativas, Edmundo Novais apela pela ajuda da
comunidade para conseguir mais doações. Com
estoque de mais de três mil unidades de medicamento,
a farmácia atende 400 usuários por mês.
O atendimento é feito das 8 às 12 horas.
CAROLINA AVASINI
da Folha de Londrina
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