A arte da culinária como
fator de distribuição da riqueza. Este é
o objetivo dos cursos de gastronomia para moradores da Rocinha,
desenvolvidos pelo Sebrae-RJ e pelo Rio Gastronomia - ONG
fundada há dois anos. Ontem, foi um dia festivo para
a primeira turma a receber o diploma, dentre os 150 alunos
que desde abril aprendem a fazer doces e salgados para terem
uma alternativa de trabalho.
Reinaldo Barreto, fundador do Rio
Gastronomia e idealizador do projeto, considera a gastronomia
um vetor social.
"Os cursos realizados na Rocinha
funcionam como um exemplo emblemático e um plano-piloto
para que a iniciativa ganhe adeptos e se amplie. Com isso,
os alimentos produzidos pelos alunos podem ser comercializados
em breve por um grande restaurante, por exemplo", prevê
Barreto para o projeto.
Os cursos são divididos em
módulos, com aulas de como fazer doces e outro para
salgados. Everton Matos, gerente da rede de atendimento do
Sebrae-RJ, estava presente na entrega dos primeiros diplomas
e testemunhou que a Rocinha precisava qualificar pessoas com
noções de mercado na produção
de alimentos. Dos 150 alunos matriculados, pelo menos 70 já
ganham dinheiro a partir do aprendizado obtido nos cursos.
Exemplo de iniciativa empresarial,
Francisco Carlos Araújo já pensa em aumentar
seu negócio.
"Antes eu possuía uma
minipadaria na Rocinha. Depois do que aprendi, posso ter agora
uma minipadaria e doceria", festejou.
Os alunos também aprendem como
fazer a distribuição dos produtos no mercado
e associar uma marca ao que produzem. Ana Lúcia Vianna
aproveitou todos os cursos e ganhou cinco diplomas. E a formanda
Carla Ferreira de Souza tem 80 % de lucro nos produtos que
vende.
"Antes do curso já comercializava
salgados. Agora, melhorei a técnica e aprendi a fazer
doces."
As informações
são do Jornal do Brasil.
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