Duas organizações
não-governamentais paranaenses foram contempladas no
Programa Petrobrás Ambiental, que selecionou 30 projetos
de proteção de recursos hídricos. Ao
todo, o programa vai investir R$ 40 milhões, em dois
anos, no trabalho dessas entidades. O Paraná ficou
com R$ 3,8 milhões.
A Associação de Agricultura Orgânica
do Paraná (Aopa), com sede em Curitiba, é a
sexta entidade em volume de recursos entre as selecionadas.
Vai receber R$ 2,83 milhões para o projeto Iguatu:
Redesenhando a Gestão dos Recursos Hídricos
na Agricultura Familiar Através da Agroecologia.
Em 20 municípios paranaenses e um de São Paulo,
Barra do Turvo, a ong vai desenvolver, com agricultores familiares,
projetos de gestão de recursos hídricos com
preservação da natureza. "Mesmo em pequenas
propriedades, a produção gera contaminação
da água por adubo, dejeto de animais e erosão",
diz Rogério Rosa, presidente da ong.
Trabalhando com a Cooperativa de Reforma Agrária,
ligada ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), Universidade
Federal do Paraná, Embrapa Floresta e Federação
dos Trabalhadores em Agricultura Familiar do Paraná,
a Aopa vai repassar técnicas de reconversão
agrícola para que a produção conserve
e recupere os recursos ambientais.
A outra ong selecionada no Estado foi a Associação
do Centro de Educação Sindical (Acesi), de Francisco
Beltrão, que vai receber R$ 1,059 milhão para
implementar o projeto Água e Qualidade de Vida em 25
municípios da Região Sudoeste do Estado. O projeto
terá colaboração de 22 sindicatos rurais
da região. A intenção é recuperar
nascentes em pequenas propriedades rurais. "Hoje há
um costume de perfuração de poços artesianos
que acabam matando a nascente. Nós vamos arborizar
as fontes de água e construir abastecedouros nas propriedades",
diz Leones Dall’agnol, um dos coordenadores do projeto.
No total, prevê a recuperação de 660 nascentes
na região, além de trabalhar com educação
ambiental para os pequenos produtores rurais.
Nesta seleção pública participaram 1.681
projetos, inscritos entre outubro do ano passado e fevereiro
deste ano. Deveriam propor a recuperação de
rios ou matas entorno de águas, preservação
de espécies de biodiversidades, levando em conta a
sustentabilidade do projeto após os dois anos de financiamento.
A intenção é fazer com que os projetos
andem "por conta própria" para que o programa
de financiamento contemple novas iniciativas. O maior valor
financiado foi de R$ 3 milhões.
O Programa Petrobrás Ambiental é a primeira
experiência da empresa em edital público para
financiamento de projetos de meio ambiente. "É
uma decisão correta da empresa abrir a seleção
dos projetos", diz o diretor financeiro da Petrobrás,
José Sergio Gabrielli de Azevedo.
Algumas iniciativas famosas, como o Projeto Tamar, de preservação
de tartarugas marinhas, em oito estados brasileiros, já
contam com a ajuda da companhia sem o edital público.
O Tamar foi o primeiro a ser financiado, com apoio da Petrobrás
há 23 anos, recebendo hoje R$ 1,5 milhão por
ano. Em junho o Tamar somou 6 milhões de filhotes devolvidos
ao mar.
Prevenção
Além do financiamento de projetos externos, a direção
da empresa garante que está investindo fortemente em
pesquisa e gestão ambiental para evitar acidentes durante
a produção. Nos últimos quatro anos,
a Petrobras colocou R$ 6,2 bilhões no programa Pegasus,
de gestão ambiental interna. "Pela natureza da
nossa produção o trabalho é arriscado
e temos o compromisso de tentar minimizar os impactos ambientais",
diz Jose Sergio Gabielli Azevedo. O estudo e desenvolvimento
de novas fontes de energia, menos poluentes, como o gás
natural e energias renováveis, são novos mercados
que estariam recebendo aporte da empresa.
As informações são
da Gazeta do Povo, de Curitiba-PR.
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