O ministro
do Planejamento, Paulo Bernardo, admitiu ontem que o programa
Primeiro Emprego, lançado pelo governo para estimular
o ingresso de jovens no mercado de trabalho, "não
decolou". A afirmação foi feita durante
o lançamento do Radar Social, guia organizado pelo
Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) para
mostrar aos leigos uma radiografia do Brasil em itens como
trabalho e renda.
De acordo com o estudo, a taxa de desemprego entre os jovens
de 15 a 19 anos subiu entre 1993 e 2003 de 13% para 23% -
situando-se acima do dobro da média nacional (10%),
que já é mais alta do que em outras regiões
do mundo com mesmo nível de desenvolvimento.
Apesar da taxa elevada, Bernardo avalia que o governo Lula
tem obtido avanços, como a geração de
645 mil postos de trabalho em 2003 e 1,523 milhão em
2004. O problema, segundo o Ipea, é que a geração
de postos de trabalho não tem sido suficiente para
fazer o desemprego cair, uma vez que a quantidade de pessoas
que atingem a idade de trabalhar e buscam uma ocupação
também cresce. No caso dos jovens, a situação
é mais grave, pois a taxa de desemprego cresceu na
última década apesar de os que têm de
15 a 19 anos estarem adiando o ingresso no mercado de trabalho.
Segundo dados do Sistema Integrado de Administração
Financeira (Siafi), o governo aplicou no ano passado no programa
Primeiro Emprego apenas R$ 50,9 milhões, o que equivale
a um terço do programado no orçamento. Neste
ano, até o momento, já foram empenhados R$ 42
milhões de um total de R$ 139 milhões.
Para o secretário de Políticas Públicas
e Emprego do Ministério do Trabalho, Remidio Todesquini,
o problema do desemprego entre os jovens é mundial,
mas não é verdade que o governo não venha
obtendo avanços na qualificação desses
brasileiros. "O programa tem sido exitoso", disse
o secretário, argumentando que os problemas se restringem
à modalidade de subvenção econômica,
que depende de adesão das empresas.
Dos 36.881 postos de trabalho gerados no ano passado pelo
Primeiro Emprego, 30.335 foram para vagas de aprendizes enquanto
apenas 2.646 por subvenção econômica.
As informações são
da Agência Estado.
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