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relatório
04/05/2005

Brasil falha em garantir direitos humanos

O primeiro relatório de direitos humanos no Brasil, lançado nesta terça-feira na Câmara dos Deputados, em Brasília, aponta desvios de recursos na educação, assassinato de professores, desrespeito aos direitos indígenas, discriminação de pessoas portadoras do vírus da Aids, ameaças de morte a trabalhadores sem-terra, grilagem de terras por multinacionais, contaminação do meio ambiente e construção de casas populares com padrão inadequado (a ponto de haver risco de desabamento dos imóveis), entre outros pontos.

As denúncias estão no livro Relatorias Nacionais em Direitos Humanos, Econômicos, Sociais e Culturais. Informe 2004, publicado pela DhESC (Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais). Durante o lançamento, tomaram posse os seis novos relatores nacionais, que substituem os autores do estudo.

Na publicação, os seis especialistas que entregaram o cargo narram o que encontraram em 60 cidades de 15 Estados brasileiros ao longo de dois anos de investigações in loco de suspeitas de desrespeito aos direitos humanos. O documento, que será encaminhado ao Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU e às autoridades brasileiras, está dividido de acordo com a área de atuação de cada relator: moradia e áreas urbanas; saúde; trabalho; meio-ambiente; educação; alimentação; e água e áreas rurais.

O projeto de relatorias do DhESC é semelhante ao desenvolvido pelas Nações Unidas, por meio de seus enviados internacionais. Os relatores, que são especialistas na área em que atuam, verificam pessoalmente as suspeitas de violação aos direitos humanos. Eles são assessorados por um voluntário, recrutado pela UN Voluntários.

O relator para a área de Educação, Sergio Haddad, cita casos de duas cidades de Alagoas em que há indícios de que os recursos destinados ao ensino foram desviados. No município de Traipu, as professoras afirmam que a Prefeitura forja o número de alunos para ampliar o valor do repasse das verbas. Há casos de turmas com mais de 80 matrículas, mas com apenas 30 crianças freqüentando regularmente as aulas, segundo o documento. Mesmo assim, a merenda que chega mensalmente só é suficiente para 15 dias, aponta o relatório. Em Satuba, a situação tem o agravante da violência. O prefeito está preso sob a acusação de ter sido o mandante do assassinato de dois professores.

Dentre as denúncias apresentadas pelo relatório, ainda estão o desrespeito aos direitos dos índios Kaingang e Guarany no Rio Grande do Sul; o avanço de atividades econômicas que vêm atingindo comunidades de pescadores no Ceará e Rio Grande do Norte; e as condições de atendimento às mulheres em situação de aborto inseguro em Minas Gerais.

As informações são do PNUD Brasil.

   
 
 
 

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