O governo do Estado e a Prefeitura
de São Paulo trocaram acusações ontem
sobre a política educacional do município. O
secretário estadual da Educação, Gabriel
Chalita, disse que a prefeitura precisa evoluir para que São
Paulo não tenha índices "tão vergonhosos"
em educação infantil.
Os CEUs (Centros Educacionais Unificados), principal vitrine
da política educacional da prefeitura, foram criticados
pelo secretário. "Construir alguns centros unificados
e deixar 200 mil crianças fora da escola não
é uma proposta responsável.", disse.
Ao comentar dados sobre educação divulgados
anteontem pelo IBGE (Fundação Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), Chalita afirmou: "Em
todos os níveis [educacionais], estamos melhores que
os outros Estados. O único realmente vergonhoso é
o da cidade de São Paulo, em termos de educação
infantil", disse o secretário.
As estatísticas do IBGE mostram que quase um terço
das crianças da capital com idade entre quatro e sete
anos estava fora da escola em 2000 (antes da posse do atual
governo municipal).
Resposta
O chefe-de-gabinete da Secretaria Municipal da Educação,
Enéas Rodrigues, rebateu as críticas, dizendo
que Chalita desconhece a política educacional do município.
Disse ainda que, enquanto o município aumenta o número
de vagas, o Estado diminui.
Ao rebater as críticas aos CEUs, Rodrigues disse que
"o Estado apresentou, por decreto, um projeto de escola
da família que é uma mera cópia mil vezes
piorada da idéia dos CEUs".
Rodrigues disse que os índices do IBGE estão
defasados e que, desde 2000, foram criadas 63 mil vagas. O
chefe-de-gabinete disse ser preciso considerar que o município
não tem a obrigação legal de matricular
crianças entre quatro e seis anos, apesar de a prefeitura
incentivar isso. Ele disse que todos os pais que procuraram
a prefeitura para matricular seus filhos nessa faixa etária
foram atendidos. Chalita nega.
As informações são
da Folha de S. Paulo.
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