Técnicos da Comissão
Mista de Orçamento elevaram ontem para 4% a estimativa
de crescimento da economia em 2004, hoje em 3,5%, e propuseram
aumento de tributos sobre o consumo de bebidas, cigarros e
combustíveis para aumentar a arrecadação
do governo federal no próximo ano.
As novas previsões foram discutidas ontem pelos congressistas
que integram a comissão, mas ainda não houve
uma decisão se esses cálculos, assim como as
sugestões, serão incorporados pela comissão,
que deve votar o Orçamento de 2004 até o final
do mês.
Mesmo com a revisão de receitas e despesas, ainda
faltam R$ 6,8 bilhões para acomodar o aumento de gastos
decorrente das negociações feitas com os governadores
na discussão da reforma tributária e, mesmo
assim, cumprir a meta de ajuste fiscal.
Os cálculos das consultoria técnica da comissão,
que ainda podem ser alterados, são uma revisão
da proposta orçamentária de 2004, enviada pelo
Executivo em agosto ao Congresso. Essa proposta prevê
um crescimento da economia de 1,8% neste ano -previsão
que caiu para 0,4%.
Essa mudança e a reavaliação de outros
parâmetros econômicos resultará, segundo
os técnicos do Congresso, em uma queda de R$ 121 milhões
nas receitas em relação à proposta original.
Isso ocorreria pois a avaliação do montante
da arrecadação de 2004 é feita com base
no crescimento do Produto Interno Bruto esperado para este
ano. Um PIB menor em 2003 resulta numa arrecadação
menor em 2004.
Para elevar a arrecadação, os técnicos
da comissão propuseram, entre outras medidas, aumentar
em cerca de 10% as alíquotas do IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados) sobre cigarros e bebidas e da Cide
(contribuição sobre combustíveis).
Os reajustes resultariam em um ganho de cerca de R$ 1 bilhão.
Isso representaria aumento da carga tributária, hipótese
que vem sendo negada pelos governistas nos últimos
meses.
As informações são
da Folha de S. Paulo.
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