Alunos de escolas com altos índices
de violência têm rendimento inferior aos de unidades
tranqüilas? Atividades extracurriculares como música
e esportes realmente melhoram o desempenho dos estudantes?
As respostas a essas e outras perguntas podem estar no Sistema
de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado
de São Paulo (Saresp), que foi aplicado ontem em 4,7
milhões de alunos da rede estadual.
Segundo o secretário de Educação, Gabriel
Chalita, os resultados do Saresp, que sairão em março,
vão ser usados como um diagnóstico do ensino
estadual para orientar investimentos no setor e saber se os
recursos estão sendo bem aplicados.
Os testes, feitos pela Fundação Carlos Chagas,
usaram como base o português. Elas privilegiaram a produção
e interpretação de textos dos alunos de 5.407
escolas do Estado, mas as questões também faziam
referência a outras disciplinas de Humanas, como história
e geografia. No ano passado e em 2001, o Saresp só
avaliou estudantes de 4.ª e 8.ª séries, que
são fins de ciclo do ensino fundamental.
Para 2004, a pretensão da secretaria é levar
a avaliação às escolas municipais e particulares.
“Acreditamos que o Saresp vai passar a compor parte
da avaliação dos vestibulares, assim como ocorre
com o Exame Nacional do Exame Médio (Enem)”,
disse Chalita, que acompanhou a aplicação das
provas na Escola Estadual Aristides de Castro, no Itaim-Bibi,
zona sul.
Matemática
No próximo ano, o Saresp terá a matemática
como eixo temático, com ênfase no raciocínio
lógico. Além da avaliação, os
alunos também respondem a um
questionário que levantará suas condições
socioeconômicas e culturais.
“Foi fácil. Começou um pouco complicado,
mas logo melhorou”, disse o estudante
da 8.ª série Diogo Henrique dos Santos, de 16
anos. A maior dificuldade do estudante é mesmo se movimentar
em sua cadeira de rodas em uma escola, a Aristides de Castro,
que não tem rampas de acesso. O irmão, Luiz
Henrique, e o amigo Michael Guedes, ambos de 15 anos, é
que se encarregam de subir as escadas com Diogo.
“Desde que entrei aqui, prometem rampa e nunca saiu”,
reclamou. Nenhum representante da escola se manifestou sobre
o assunto.
Aluno da vizinha Escola Estadual Ministro Costa Manso, o
estudante do 2.º
ano do ensino médio, Bruno Santos, de 17 anos, também
afirmou que não teve dificuldades no Saresp. Sua namorada,
Amanda Donci, de 14 anos, considerou a prova simples no geral.
“Foi bom ter feito. Vai ajudar na minha avaliação”,
afirmou.
MOACIR ASSUNÇÃO
Do Estado de S. Paulo
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