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05/01/2005
Coordenadora do Estado propôs criação de creches para atender jovens mães

Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do programa Saúde do Adolescente da Secretaria de Estado da Saúde resolveu se adiantar e, mesmo antes da posse de José Serra (PSDB) e de seu secretariado, conversou com o titular de Educação, José Aristodemo Pinotti, sobre a criação de creches nas escolas para abrigar os filhos de estudantes adolescentes.

"Sugeri essa medida ao doutor Pinotti e ele se mostrou bastante sensível. Aí teríamos creches nos CEUs [Centros Educacionais Unificados] e nas escolas municipais para que elas não precisem deixar o filho com outra pessoa para estudar", conta Takiuti.

Para ela, permanecer na escola é um fator de proteção para as adolescentes que engravidam precocemente. "Fizemos uma pesquisa que apontou que as adolescentes que abandonam a escola voltam a engravidar mais rapidamente", diz.

"Estimulando as jovens a permanecerem na escola, o programa da Casa do Adolescente, em São Paulo, conseguiu reduzir em 26% a gravidez entre adolescentes do Estado e em mais 10% a segunda gravidez."

Outras causas
Trabalho e dificuldade no aprendizado também foram apontados como causa do abandono escolar de jovens de 15 a 17 anos que estão fora da escola.

"O ensino médio funciona como um gargalo. A maioria dos jovens está matriculada no ensino fundamental, mas apenas 30% passa para o ensino médio", afirma Miriam Abramovay, autora da pesquisa.

"Muitas vezes, o problema não é da qualidade do aluno, mas da escola, que o exclui, que diminui sua auto-estima e dificulta a relação entre o conhecimento adquirido na escola e o mundo exterior a ela", avalia Denise Carreira, coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Paulo Renato Souza, ex-ministro da Educação, destaca que o número de matrículas no ensino médio dobrou nos últimos nove anos. "Com a universalização do ensino fundamental [que abriga hoje 97% dos alunos em idade escolar adequada], a tendência é de aumento da demanda, mas há uma quebra de continuidade dos alunos na passagem do ensino fundamental para o médio por conta de condições econômicas ou da própria estrutura do ensino, que afasta quem não está estimulado", diz.

Para o ex-ministro, criar programas de ajuda financeira ao alunos deste nível, como foi feito na Argentina, e políticas para grupos de risco, como o das adolescentes grávidas, são saídas viáveis.

Falha no financiamento, falta de professores e carência de cursos noturnos. Esses foram três fatores citados pelo secretário da Educação Básica do MEC, Francisco das Chagas Fernandes, para explicar por que o ensino médio é considerado um gargalo da educação.

"O ensino médio está desprotegido, sofre com falta de professores em algumas áreas e com os baixos salários. Estamos redefinindo seu financiamento com a proposta do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica", disse.

FERNANDA MENA
da Folha de S. Paulo

   
 
 
 

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