O secretário
da Educação, Gabriel Chalita, negou ontem que
o resultado do Saresp 2003 -exame de avaliação
do desempenho escolar feito pelo governo do Estado- tenha
sido comprometido pelo fato de as redações dos
alunos terem sido corrigidas pelos próprios professores
das escolas onde estudam.
"Em todos os anos, foram os professores que corrigiram
os exames do Saresp. Sempre foi assim. Não é
o professor do aluno [que corrige o exame]. É um outro
professor. São 4,8 milhões de provas. Quem vai
corrigi-las? Os professores, claro". Chalita disse ainda
que os professores não tiveram acesso ao nome nem à
sala do aluno da prova a ser corrigida.
O secretário omitiu o fato de que, antes de 2003, a
correção do exame era diferente. Os professores
corrigiam provas de escolas de outras regiões, e não
de suas próprias escolas.
Críticas
Houve recomendação da Secretaria da
Educação para que professores avaliassem alunos
de classes para as quais não lecionam. Mas, na prática,
nem sempre isso ocorreu.
Especialistas ouvidos pela Folha na semana passada criticaram
a sistemática de avaliação. "No
Saresp, o trabalho do professor também está
sendo avaliado. Não tem lógica o avaliado se
avaliar", disse Elvira Souza Lima, consultora internacional
de educação.
Por conta do Saresp, Integrantes do MSU (Movimento dos Sem
Universidade) abriram representação contra o
governo do Estado no Ministério Público Estadual.
Segundo o promotor de direitos difusos e coletivos da infância
e juventude, Vidal Serrano, já foram pedidas informações
sobre a correção do exame à Secretaria
da Educação. Serrano disse que vai analisar
se a forma de avaliação distorceu os resultados.
"A questão é corrigir [eventuais problemas]
nos exames futuros", disse.
As informações são
da Folha de S.Paulo.
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