As políticas
públicas de combate ao trabalho infantil precisam levar
em consideração as diferenças entre cor
e gênero das crianças. Foi essa a conclusão
de um evento que terminou na quinta-feira, em Brasília.
O seminário “Direitos Humanos e Erradicação
de Trabalho Infantil: o enfrentamento das disparidades de
gênero e étnico-raciais” foi uma iniciativa
do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação
do Trabalho Infantil.
Durante dois dias de discussões entre entidades e pessoas
que trabalham com os direitos da criança e do adolescente,
foram apresentadas algumas estatísticas. De acordo
com Isa Maria de Oliveira, secretária executiva do
Fórum, a maioria das crianças que trabalham
é de meninos. No entanto, no trabalho infantil doméstico,
93% são meninas negras. Com jornadas de trabalho excessivas
e sem horário flexível, elas têm maiores
dificuldades em terminar o ciclo fundamental na escola e apresentam
em média três anos de atraso escolar nos estudos
— dois a mais que os meninos.
No debates, foram discutidos os papéis do poder público,
da mídia e dos educadores na luta pelo fim do trabalho
infantil. “É importante considerar que mesmo
entre crianças e adolescentes há excluídos.
E entre esses, há os que são mais excluídos”,
explica Isa.
O seminário foi co-organizado pelo UNICEF (Fundo das
Nações Unidas para a Infância), e contou
com o apoio da OIT (Organização Internacional
do Trabalho) e da OPAS (Organização Pan-Americana
de Saúde). O PNUD Brasil também apóia
iniciativas desse tipo, com seu Projeto de Combate ao Racismo
e Superação das Desigualdades Sociais.
As informações são
do site PNUD Brasil.
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