Quem está
pensando em financiar a casa própria tem de pesquisar
muito e comparar em detalhes os planos oferecidos pelos bancos.
A orientação é da Pro Teste, entidade
de defesa do consumidor que, num estudo com 10 grandes bancos,
detectou que mesmo no Sistema Financeiro da Habitação
(SFH), com juros tabelados (TR mais 12% ao ano), há
diferenças tanto no atendimento como em custos embutidos
nas operações, como seguros e taxas.
“Uma das principais conclusões do nosso levantamento
é que apesar do juro-padrão no SFH, há
diferenças em prazos, percentuais de financiamento,
mas principalmente em encargos e serviços agregados
aos crédito. Sobretudo nos seguros de vida e do imóvel”,
afirma o economista da Pro Teste, Leonardo Diz. Ele destacou
que na maioria das instituições o atendimento
ao consumidor ainda é deficiente, sobretudo nas agências.
Venda casada
Segundo o economista, para elaborar o estudo, a Pro Teste
fez consultas pela internet e por telefone, enviou questionários
às instituições e foi também às
agências dos 10 bancos. A “venda casada”
de seguros e a diferença no seu custo foram problemas
que mais chamaram a atenção. “Todas as
instituições exigem a contratação
obrigatória de um seguro predial (DFI – Danos
Físicos do Imóvel). E de um seguro de vida para
o proponente (MIP – Morte ou Invalidez Permanente),
como forma de se prevenir de imprevistos como a morte do mutuário”,
explica. “Mas não há opção
de escolha de seguradora, o que é direito do consumidor.
Muitas vezes o valor do seguro é embutido na prestação
e o consumidor não sabe. É o que se chama venda
casada. O consumidor não deve aceitá-la”,
explica o técnico.
Ele cita como exemplo um financiamento de R$ 36 mil (imóvel
de R$ 60 mil), para uma pessoa de 30 anos. “Nesse caso,
o seguro de vida mais barato era o do Itaú, de R$ 3,42
por mês; o mais caro do HSBC, de R$ 27 por mês
(diferença de 690%)”, destaca.
Antes de liberar o crédito, diz ele, os bancos cobram
também uma taxa de avaliação do imóvel.
Ela variou de R$ 280 (Banco Real) a R$ 500 (Santander/Banespa).
A taxa de avaliação do imóvel é
devolvida se o interessado não se enquadrar. A Pro
Teste defende que essa devolução seja feita
com correção, pois muitas vezes a avaliação
demora. Procurada pelo DIÁRIO, a Associação
Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário
e Poupança (Abecip), que representa os bancos, não
comentou o levantamento.
As informações são
do Diário de São Paulo.
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