O Brasil está fechando acordos com países da
África para intensificar a formação de
professores especializados na história do continente.
Os negociações avançaram sobretudo na
semana passada, quando membros do governo brasileiro, incluindo
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, viajaram à
região para participar da reunião da CPLP (Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa).
A idéia é fazer intercâmbio de docentes,
de modo a cumprir a Lei 10.639/03, que obriga os currículos
escolares brasileiros a incluir temas ligados à história
e à cultura afro-brasileira. “Somos um país
de 180 milhões de habitantes e apenas nove doutores
em história africana”, ressalta o assessor especial
da Secretaria Especial de Políticas de Promoção
da Igualdade Racial, Douglas de Souza.
A ministra de Promoção da Igualdade Racial,
Matilde Ribeiro, esteve em Cabo Verde, São Tomé
e Príncipe (ambos países em que o português
é língua oficial) e no Gabão. Em contato
com ministros desses países, foi acertado que o Brasil
oferecerá mais bolsas para estudantes africanos, mas
em contrapartida pedirá um intercâmbio com nações
da África, em especial as que fazem parte da CPLP (Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São
Tomé e Príncipe; além desses, a comunidade
também é formada por Brasil, Portugal e Timor-Leste).
De acordo com Souza, a idéia é levar professores
brasileiros dos três níveis de ensino —
fundamental, médio e superior — aos países
africanos e também trazer especialistas que ministrem
cursos no Brasil. A prioridade, afirmou, será a formação
de docentes do ensino fundamental e médio.
“Pelo menos metade do nosso povo descende de africanos,
mas nas escolas raramente se ensina o colonialismo na África
ou os movimentos de independência”, declarou o
assessor. “Há ainda no Brasil muita ignorância
sobre a África. Ela é vista como se fosse uma
coisa só, e não um continente diverso”.
No Brasil, o PNUD desenvolve o Programa de Cooperação
entre a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP), que tem entre seus objetivos intensificar o intercâmbio
do Brasil com países africanos de língua portuguesa.
As informações são
do PNUD Brasil.
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