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10/02/2004
Igreja critica campanha do governo contra Aids

BRASÍLIA. O ministro da Saúde, Humberto Costa, até que tentou evitar a polêmica com a Igreja Católica na campanha de combate à Aids para o carnaval, lançada ontem com o slogan “Pela camisinha não passa nada. Use e confie”. O ministério chegou a mudar o slogan inicial — “Por aqui não passa nada. Bote fé, use camisinha” — para não parecer provocação. Não adiantou. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criticou duramente a campanha e acusou o governo de incentivar a infidelidade conjugal:

" A campanha trata relações sexuais promíscuas como se fossem inevitáveis. O texto orienta: “Não se iniba, divirta-se, mas use camisinha”. Incentiva-se a infidelidade conjugal e a propagação da Aids. É apagar fogo com gasolina", disse dom Rafael Llano Cifuentes, presidente da Comissão Família e Vida da CNBB.

"Achamos que o slogan (anterior) poderia desafiar ou provocar polêmica com a Igreja Católica, o que julgo desnecessário, até porque o ministério trabalha com a Igreja no combate à Aids em outros países", disse o ministro da Saúde.

O objetivo da campanha é mostrar que as camisinhas são seguras e eficazes. As peças publicitárias veiculadas na TV exibem um rapaz enchendo uma camisinha de refrigerante e mostrando que ela não estoura nem vaza. Nos cartazes, a camisinha é transformada num aquário, com um peixinho dentro.

Campanha é dirigida aos homens
É mais uma tentativa de convencer os 15% da população — cerca de 14 milhões de pessoas — que, segundo pesquisa do Ibope, ainda acreditam que o preservativo não funciona mesmo se usado corretamente. Desses, 45% afirmam que não gostam da camisinha, usam outros métodos contraceptivos ou não confiam no preservativo, e 53% dizem que confiam no parceiro. A campanha é dirigida especialmente aos homens entre 18 e 39 anos das classes C, D e E.

"Nessa época de carnaval, o uso de pouca roupa estimula o relacionamento sexual mais intenso. A campanha se dirige aos homens porque eles representam 60% dos que compram camisinhas", disse o ministro.

Para dom Rafael, no entanto, a campanha peca por não alertar que há perigo de falha na camisinha e diz que os usuários deveriam ter o direito de saber o risco que estão correndo.

O ministério distribuirá dez milhões de camisinhas no carnaval, um número recorde. No ano passado, foram oito milhões.

As informações são do jornal O Globo.

   
 
 
 

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