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desabafo
13/09/2004
Mendigos sofrem com discriminação

Pessoas perambulando, pedindo esmolas, seres que vivem pelas avenidas embaixo de marquises são cenas comuns da população quando se mora em uma cidade grande. Envolvimento com drogas e falta de trabalho fixo são alguns dos fatores que levam pessoas a se transformarem em moradores de rua. Para aqueles que tem destino certo, fazer de conta que não está vendo nada, desviar, atravessar a rua para evitar àqueles que ficam nas calçadas é a decisão mais cômoda.

Nome, sobrenome, idade, profissão, família são algumas das situações que são compartilhadas por moradores de rua que conversaram com a reportagem da Folha de Londrina, em uma tarde na semana passada. Elas preferiram ficar como podem ser vistas por aí: sem nome, nem pensar em fotografia. O grupo era formado por nove pessoas acomodadas em um calçada, entre eles, apenas uma mulher. Enquanto dois homens dormiam mais próximos, outros dois descansavam em um passeio da quadra adiante. Ora desconfiados ou expansivos, cinco contaram suas histórias.

Em vários temas eles concordam, principalmente no que diz respeito ao que consideram a ''pior coisa a se enfrentar na rua'', a discriminação. ''É ruim ver as pessoas com medo de você, desviando, fazendo que não escutam quando você pede alguma ajuda,'' admitiu um deles.

Outro revelou que saiu de casa por causa do álcool e da maconha. Natural de Curitiba, é lá onde ainda estão a esposa e os filhos. Depois de ficar nas ruas da capital, ele foi para São Paulo trabalhar na colheita do café. Quando o trabalho acabou, veio para Londrina. '' Estou decidindo qual será o meu rumo. Não sei se peço ajuda para minha família em Rolândia ou o que farei,'' confessou. Para quem revela ter trabalhado em oficina mecânica e como garçom, o ânimo ou a ajuda de terceiros faltam na hora de abandonar os vícios e construir uma nova vida, resgatando a família e reaproximando-se dos filhos.

Outro senhor revelou que está nas ruas há cerca de 45 dias. Ele teria se separado da mulher e ela o colocou para fora de casa. Sem trabalho, mencionou que a única opção foi a rua. Pedreiro e motorista de caminhão, fala que procura outro trabalho e busca reencontrar a dignidade. ''Ninguém está aqui porque quer, não existe escolha'', demonstrando revolta ao falar em como foi parar nas ruas.

Outro rapaz disse ser padeiro e confeiteiro de mão cheia. Sem trabalho fixo, entretanto, contou que prefere guardar o pouco de dinheiro que ganha para comprar uma máquina de fazer biscoitos. Na rua há mais de 20 dias, disse que acha melhor ficar no relento do que gastar o pouco que tem pagando aluguel.

''Na rua um ajuda o outro'', afirmaram unânimes.''Se um tem comida, divide com o pessoal. Caso algum deles tenha bebido demais, a gente dá uma olhada e assim vai. É todo mundo como irmão tentando sobreviver,'' explicou um entrevistado.

Catar e vender objetos como papel e latinhas são opções para adquirirem renda. Pedir esmolas é outra saída a qual os moradores de rua recorrem, conseguir comida com a vizinhança conhecida também faz parte da rotina. Na hora da comida, da pinga e das outras drogas todos também dividem o que têm.


As informações são da Folha de Londrina.

   
 
 
 

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