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trabalho
13/09/2004
Salários vencem a inflação

Depois de cinco anos de perdas para os trabalhadores, enfim as negociações salariais das principais categorias da indústria do país estão contemplando aumentos reais - ou seja, acima da inflação. Em alguns casos, especialmente nos setores ligados às exportações, os sindicatos vêm emplacando também cláusulas inéditas, como taxação de excesso de horas extras. Tudo resultado do bom momento da economia, que registrou no primeiro semestre o maior crescimento desde 2000.
Os metalúrgicos do ABC fecharam na última semana um acordo com as montadoras de automóveis que prevê reajuste salarial de 10% para os funcionários que ganham até R$ 6 mil. Isso representa um aumento real de 3,6 pontos percentuais. Além disso, acertaram um limite de 29 horas extras mensais a partir de janeiro de 2005, o que deverá estimular novas contratações. As empresas não ficam proibidas de utilizar o expediente, mas, acima do teto, terão que pagar mais 75% por cada hora extra - 130% caso seja domingo ou feriado.

José Silvestre de Oliveira, supervisor do escritório regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) em São Paulo, ressalta o fato de que o acordo dos metalúrgicos foi uma vitória de todas as correntes sindicais, já que a campanha reuniu 8 mil trabalhadores, ligados à Central Única dos Trabalhadores (São Bernardo do Campo e Taubaté), à Força Sindical (São Caetano do Sul e Tatuí) e à Central Brasileira de Trabalhadores e Empreendedores (São Carlos).

"No segundo semestre, a economia tradicionalmente é mais aquecida e há data-base de algumas categorias que servem como paradigma para as demais", afirma Silvestre, que espera, para as próximas negociações salariais, resultados iguais ou melhores do que os registrados no primeiro semestre deste ano, quando cerca de 80% dos sindicatos conseguiu, no mínimo, reposição da inflação.

De fato, estão à mesa de negociações com o patrões, entre este mês e novembro, algumas das principais categorias profissionais do país, como petroleiros, metalúrgicos (os demais de São Paulo seguem em campanha), bancários e químicos. Muitos vêm discutindo cláusulas que buscam reduzir ou impor regras de conduta à terceirização de serviços como limpeza, de forma a garantir o cumprimento de direitos trabalhistas.

O professor Claudio Dedecca, do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), da Unicamp, considera o momento favorável para discussão de recomposição salarial, mas com ressalvas.

"O desemprego permanece muito elevado e ainda há uma ausência de definição sobre a consistência da recuperação da economia. É preciso saber qual será o ritmo do crescimento nos próximos anos. Alguns setores que enfrentam dificuldades, como o de alimentos e o de aviação comercial, terão negociações bem mais duras do que os setores exportadores, porque dependem do consumo interno".


As informações são do Jornal do Brasil.

   
 
 
 

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