“Mergulhei
a fundo nas águas do oceano da vida para encontrar
uma fórmula capaz de suprir a fome, a sede e o remédio
e encontrei: Leite Materno, fonte de vida”. A frase
é da dona de casa Maria de Jesus Abreu de Paula, 30
anos. Com ela, a jovem mãe ganhou um concurso, há
dois anos, no Hospital José Pinto do Carmo, em Baturité.
Ontem, ela e outras 49 mães-cangurus, acompanhadas
dos seus bebês, participaram da abertura oficial da
Semana Mundial do Alimento Materno, que prossegue até
18 de setembro.
A atividade aconteceu no Hospital Geral Dr. César
Cals, no Centro. O objetivo maior foi continuar conscientizando
as mães e as famílias sobre a importância
do aleitamento. Este ano, a campanha tem como slogan “Aleitamento
Materno Exclusivo-Alimentação Padrão
Ouro”, que é feito até os seis meses de
idade. “Queremos reforçar a proposta do aleitamento
materno, no qual as mães e as crianças têm
saúde e são mais saudáveis”, disse
a representante do Núcleo da Célula da Atenção
à Criança da Secretaria da Saúde do Estado
do Ceará (SESA), Diva Azevedo.
Os benefícios do leite materno são inúmeros:
reduz a possibilidade de contrair doenças como diarréia,
pneumonia, desnutrição e alergias, sendo responsável
pelo crescimento saudável e desenvolvimento psicossocial
do bebê, tornando a criança mais tranqüila
e inteligente, além de favorecer o vínculo afetivo
com a mãe.
O aleitamento traz vantagens também para as mães,
que passam a ter menor risco de anemia pós-parto, de
câncer de mama e no ovário, e de osteoporose,
na menopausa. O diretor geral do Hospital Geral Dr. César
Cals, Ernani Rodrigues, destacou a importância do aleitamento:
“Amamentar é importante para a diminuição
da mortalidade infantil”, disse.
Um exemplo disso é o Município de Tejuçuoca.
A mortalidade no local era acima de 90, para cada mil crianças
nascidas vivas. Hoje, esse número caiu para 21. Diante
desse resultado, o Município foi um dos homenageados,
recebendo o certificado “Amigo da Amamentação”.
“O indicador é gratificante e uma resposta ao
trabalho realizado. Quero incentivar o aleitamento, pois é
saudável e gera vidas”, destacou o Secretário
de Saúde de Tejuçuoca, Francisco Jair Rodrigues.
De acordo com o Secretário Estadual de Saúde,
Jurandi Frutuoso, há 17 anos a taxa de mortalidade
era de 100 crianças para cada mil que nasciam. Hoje,
o número é de 22 ou 23 mortes. “A taxa
de aleitamento era de 1% até o quarto mês, atualmente,
a taxa é de 65%”, comemorou.
Ele destacou que é preciso estimular o aleitamento
desde o início da gravidez até o pós-parto,
para reforçar os laços entre mãe e filho.
“Temos que entender que o vínculo maior é
o corpo a corpo, o olhar, e esse apego maior acontece na amamentação”.
Ele lembrou que não se pode cair no comodismo: “Esse
trabalho não pára, ainda falta muito para atingir
a meta de 90%”.
As informações são
do Diário do Nordeste.
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