LONDRINA
(PR) - Enquanto a instalação do ILS (Instrument
Landing System) equipamento de apoio a aterrissagens em condições
climáticas adversas no Aeroporto de Londrina continua
indefinida, um dos imóveis que deverá ser desapropriado
para a ampliação da pista continua a ser utilizado
comercialmente. O prédio do Complexo Industrial Carambeí,
na Avenida Salgado Filho, vai abrigar, a partir do ano que
vem, o Colégio Fênix, que entrará em funcionamento
na cidade.
Um dos diretores da escola, que não quis se identificar,
afirmou que a desapropriação do prédio
''está fora de jogada'' e o contrato de locação
tem a duração de cinco anos. O advogado Carlos
Henrique Schiefer, que representa a Carambeí, não
confirmou o período de ocupação previsto
no contrato, mas explicou que o mesmo foi ''estentido'', já
que os antigos locatários fazem parte do mesmo grupo.
''Parte do imóvel foi considerado de utilidade pública,
para fins de desepropriação, há pelo
menos 10 anos. Depois disso, tudo o que aconteceu foram especulações.
O processo não foi para a frente'', disse Schiefer.
De acordo com o advogado, o imóvel todo tem 1,2 mil
metros quadrados de área construída, e o preço
de mercado está na faixa dos R$ 6 milhões. ''Enquanto
nada acontece, a Carambeí continua usufruindo do imóvel.''
Ele informou que há alvará de licença
expedido pela prefeitura para funcionamento de escola no local.
A portaria nº 1.141/GM5, do Ministério da Aeronáutica,
prevê que não são permitidos a implantação,
o uso e o desenvolvimento, nas chamadas áreas de ruído
próximas aos aeroportos, de atividades como escolas,
creches e hospitais, a não ser com autorização
dos órgãos municipais competentes.
O secretário municipal de Obras, Aloísio Crescentini,
admitiu que existem hoje várias dificuldades a serem
vencidas para colocar em ação o projeto de ampliação
da pista do aeroporto, e que a principal delas é a
desapropriação da área pertencente à
Carambeí, pois trata-se de terreno doado pela próprio
município e que não pode ser readquirido pelo
poder público local. Outras dificuldades, segundo o
secretário, são as diversas residências
e a Estrada do Limoeiro, que terá que ser reconstruída.
Em janeiro deste ano, a superintendente da Empresa Brasileira
de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Rosemayre
Malhorquim Ferreira Corrêa, afirmou que os recursos
para a ampliação da pista estavam garantidos.
A verba entre R$ 6 e R$ 8 milhões deverá ser
utilizada para a desapropriação de área
de 112.847 metros quadrados, que ficou sob responsabilidade
da Infraero, e para a compra do ILS.
Rosemayre chegou a afirmar que se tudo corresse dentro do
esperado, o aparelho estaria funcionando em Londrina em 2005.
Ontem a superintendente não quis se manifestar sobre
o assunto, argumentando que tem viagem marcada para Brasília
amanhã, onde a questão será discutida.
Segundo dados da Infraero, de janeiro até ontem o
aeroporto ficou fechado 206 horas e 59 minutos, por problemas
relacionados ao mau tempo. Em 2003 o período foi ainda
maior: 251 horas e 31 minutos e 122 vôos cancelados.
SILVANA LEÃO
da Folha de Londrina
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