Campo
Formoso a mais de 300 km de Salvador, foi surpreendida na
semana passada com o anúncio dos vencedores do concurso
Tecendo Leitura, da secretaria de Educação do
Estado, que premia os melhores projetos de alfabetização
da Bahia. Os dois trabalhos apresentados por professoras da
cidade conquistaram o segundo e o terceiro lugar. A entrega
do prêmio ocorreu em 10 de dezembro, e contou com a
presença do governador do Estado, Paulo Souto.
“Não estava nem pensando no prêmio. Foi
uma surpresa”, conta Gilderlane Alves Carvalho, autora
do projeto "Leitura e Diversão". Na escola
onde dá aulas, no povoado de Olaria, a professora tem
à disposição uma única sala para
28 alunos de 1ª a 4ª série. “Enquanto
eu ensino um grupo de uma série, eu dou tarefa para
os demais”, explica.
Gilderlane dividiu a sala em grupos de acordo com a série
dos alunos e distribuiu as tarefas entre eles. Para os mais
novos, que não eram alfabetizados, ela trabalhou a
descrição oral de gravuras e quadros. “Mostrava
figuras e pedia que eles as descrevessem”. Depois, a
professora trabalhou bastante ortografia. “Esse era
um problema grave”, conta.
Já os mais velhos ficaram com a tarefa de desenvolver
uma peça teatral. “Os alunos escolheram o livro
da Bela Adormecida, e dele eles fizeram uma peça”.
A apresentação do teatro infantil marcou o final
do seu projeto, que começou em agosto e terminou em
outubro. “Chamamos a comunidade para mostrar o trabalho
das crianças”.
O projeto que conquistou o terceiro lugar, "Lendo e Aprendendo",
das professoras Etelvina da Silva Vieira e Fabiana Alves Bonfim,
procurou melhorar a articulação verbal dos alunos.
Cada professora aplicou o projeto em sua comunidade. Etelvina
em Lagoa do Mato, e Fabiana em Boi Morto. “A situação
em Boi Morto é mais complicada porque os pais das crianças
não têm nenhuma instrução e ficam
fora todo o dia”, relata Etelvina.
Segundo ela, seu maior desafio foi vencer a falta de vontade
dos alunos. Para isso, ela pediu que eles redigissem histórias
que eram contadas pelos pais. “Trabalhei bastante a
leitura para eles ganharem confiança e desenvoltura.
Eles melhoraram bastante”. As duas professoras também
enfrentam a falta de infra-estrutura. “Em uma única
sala tenho alunos do pré-primário à 4ª
série”.
As informações são
do site Pnud Brasil.
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