Cerca
de 14 mil desempregados com idade entre 18 e 24 anos de dez
capitais brasileiras que têm o antigo ginasial incompleto
— ou seja, que concluíram a 4ª série
do ensino fundamental, mas abandonaram a escola sem completar
a 8ª série — terão uma nova oportunidade
e estímulo para elevar sua escolaridade. Trata-se do
primeiro curso anual oferecido pelo ProJovem (Programa Nacional
de Inclusão de Jovens). Além da educação
tradicional, os estudantes receberão formação
profissional direcionada ao mercado de trabalho da cidade
em que vivem e uma ajuda de custo no valor de R$ 100 mensais.
Os alunos ainda terão que participar de ações
sociais em suas comunidades.
O governo federal pretende aplicar R$ 311 milhões
para levar o programa a 200 mil jovens de todas as capitais
brasileiras até o final do ano. A verba será
destinada ao pagamento de salários e à formação
dos professores e gestores; à compra de material didático,
equipamentos de informática e lanche par os alunos;
e ao auxílio financeiro pago aos estudantes que freqüentarem
mais de 75% das aulas e entregarem todos os trabalhos exigidos.
O curso tem duração de 12 meses, sem férias.
O período das aulas será definido pelas prefeituras.
A carga horária estabelecida pelo MEC — de 1600
horas-aula —, no entanto, terá de ser cumprida.
O cronograma de atividades presenciais, que prevê 1200
horas-aula, se divide em 850 horas de educação
escolar, 350 de ensino profissionalizante e 50 de trabalhos
para a comunidade. As 400 horas restantes deverão ser
cumpridas em visitas a museus ou pesquisas de campo.
Ao final das aulas, os estudantes receberão um certificado
de conclusão do ensino fundamental. Depois disso, eles
passam por uma avaliação externa — elaborada
e aplicada por universidades federais — que tem a finalidade
de legitimar a qualidade da formação.
Essa primeira etapa do ProJovem, que começa em junho,
beneficiará moradores de Boa Vista (RR), Rio de Janeiro
(RJ), Porto Velho (RO), Florianópolis (SC), Fortaleza
(CE), Campo Grande (MS), Porto Alegre (RS), Salvador (BA),
Recife (PE) e Belo Horizonte (MG). Nessas dez capitais, devem
ser contratados 480 professores do ensino fundamental, 96
educadores de qualificação profissional, 48
assistentes sociais e 61 gestores para implantar o programa
nos municípios. As prefeituras farão a seleção
dos profissionais e disponibilizarão o espaço
físico onde serão realizadas as atividades do
curso.
Em algumas das capitais beneficiadas, todos os jovens que
se enquadram no perfil do programa poderão ser atendidos.
É o caso de Porto Velho, em Rondônia, e Boa Vista,
em Roraima. Nas demais cidades, a demanda certamente será
maior que as vagas oferecidas, prevê o governo, mas
a segunda etapa do ProJovem, que começa no início
do segundo semestre deste ano, deve atender boa parte dos
jovens, afirma a coordenadora do programa, Maria José
Feres.
O desempenho do ProJovem será acompanhado por um Sistema
de Monitoramento e Avaliação — composto
por universidades públicas que analisarão a
qualidade do ensino do curso. O objetivo é garantir
que sejam cumpridas na prática as diretrizes do ProJovem.
O PNUD apóia o ProJovem por meio do projeto Inclusão
Educacional, que também auxilia programas educacionais
em comunidades quilombolas e em regiões rurais do Brasil.
As informações são
do PNUD Brasil.
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