A distância
entre o direito assegurado formalmente às mulheres
e o praticado no cotidiano precisa ser eliminada através
de atitudes da própria sociedade, afirmou nesta quarta-feira
a secretária especial de Políticas para as Mulheres,
ministra Nilcéa Freire.
Ela fez palestra hoje, em São Paulo, na cerimônia
de lançamento da publicação "O compromisso
das empresas com a valorização da mulher",
do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.
Na avaliação de Nilcéa, a publicação
do Instituto Ethos contribui para alertar a sociedade sobre
as conquistas já asseguradas, tanto no âmbito
formal, como na prática cotidiana, e sobre a necessidade
de diminuir a distância entre os dois pontos. “Todas
as empresas sabem que devem pagar salários iguais para
postos de trabalho iguais, que não podem demitir ou
deixar de recrutar mulheres em função da questão
da maternidade. Mas todos sabemos que isso acontece”.
Segundo ela, a mudança deve ser feita por meio de
movimentos organizados e de políticas públicas.
“Políticas públicas que tenham a responsabilidade
de todas as esferas de governo para ajudar a eliminar essa
distância. Políticas que sejam incorporadas na
estrutura do estado, que trabalhem a questão da igualdade
e reconhecimento da diferença que existe entre as necessidades
de homens e de mulheres”. Para ela, essas diferenças
precisam ser discutidas, assim como a permanência da
carga histórica e cultural de desigualdade e de desvantagem
sobre as mulheres. “É preciso tratar desigualmente
os desiguais”, disse.
Nilcéa destacou a importância do movimento feminista
que, de acordo com ela, merece ter suas conquistas reverenciadas.
Disse que para eliminar a desigualdade é preciso lembrar
dos três pontos que a estruturam: as diferenças
entre os sexos, raças e classes sociais. “Esse
é o tema do movimento social das mulheres, que teve
muitas conquistas que devemos reverenciar, como conquistas
que trouxeram enormes benefícios à humanidade,
não só às mulheres”.
A secretária completou que, na atualidade, tais conquistas
não são suficientes para garantir, no mundo
e principalmente no Brasil, uma vida com padrões de
equidade e igualdade entre os sexos para satisfazer a todos
e alicerçar a democracia e o desenvolvimento sustentável
do país. “Isso porque estamos tratando de desigualdades
duráveis, aquelas que permanecem, embora tudo avance
mantendo o quadro paralelo em vários segmentos da sociedade”.
As informações são
Agência Brasil. |