A população
rural brasileira foi reduzida em mais de um terço nos
últimos 30 anos, enquanto o número de crianças
do campo matriculadas no ensino fundamental cresceu 21%. No
entanto, apesar dos avanços, as diferenças educacionais
mostram que a área rural ainda é um mundo muito
diferente da cidade.
Dados analisados pelo Instituto Nacional de Estatísticas
e Pesquisas em Educação (Inep) mostram que 28%
dos jovens acima de 15 anos no campo ainda são analfabetos
– dois terços a mais do que o índice registrado
nas cidades.
A escolaridade dos jovens no campo, apesar de ter mais do
que dobrado nos últimos 30 anos, ainda é a metade
da população urbana.
Na cidade, em média, a população tem
7 anos de estudo. No campo, 3,4 anos. A distorção
idade-série chega, no campo, a 65% das crianças
matriculadas, enquanto na cidade é de 50%.
Mais escolas
Apesar de concentrar mais da metade das escolas brasileiras
– 97 mil de 169 mil existentes –, as escolas rurais
deixam a desejar em termos de qualidade e até mesmo
quantidade do atendimento.
A metade delas ainda é de uma sala, e 64% são
multisseriadas - onde ficam concentrados estudantes de várias
séries na mesma sala – e com apenas uma professora.
Para piorar a situação, boa parte dos professores
que ensinam no campo tem formação inadequada.
Apenas 9% completaram o ensino superior.
"Geralmente os professores com formação
inadequada permanecessem nas escolas pequenas enquanto completam
sua formação, quando então pedem transferência
para a cidade, onde os salários são maiores",
diz um estudo preparado pelo grupo permanente de educação
do campo do Ministério da Educação.
Pré-escola e Ensino Médio
O estudo mostra que o atendimento na pré-escola
e no ensino médio está muito abaixo do que deveria.
A oferta de vagas para as crianças de 4 a 6 anos é
de apenas 25% da necessidade.
No Ensino Médio, a situação é
ainda pior: apenas 4,5% dos estudantes que precisam encontram
vagas. O censo escolar de 2002 mostrou que 94% dos estudantes
do ensino médio que moram na área rural estudam
nas cidades e usam algum tipo de transporte escolar.
Em muitos casos, essa situação leva à
evasão escolar ou a migração para a cidade.
O Censo do IBGE de 2000 encontrou 690 mil adolescentes entre
15 e 24 anos vindos no campo morando nas cidades brasileiras.
As informações são da Agência Estado.
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