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ensino
22/11/2004
Mensalidade escolar sobe mais que índice da inflação

Quem tem filho em escola particular deve preparar o bolso neste fim de ano. Enquanto o rendimento médio das famílias com melhor renda na Região Metropolitana caiu 7,6% somente nos nove primeiros meses do ano - de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) -, os colégios do Estado já começam a repassar aos pais mensalidades para 2005 com reajuste médio de 9,7%.

Levantamento de Zero Hora com as 56 maiores escolas particulares da Capital e outras 55 do Interior (veja no quadro) revela que grande parte das instituições de ensino que já definiu o percentual de aumento para 2005 trabalha com reajustes acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulada nos últimos 12 meses em 5,72%. Na prática, isso significa que a maioria das mensalidades deve pesar mais para as famílias do que o total de gastos médios de seu orçamento. E mais: os reajustes ficam acima inclusive das projeções do índice que serve de base para negociações salariais dos professores, em março.

"Os aumentos ocorrem em função da planilha de custos das escolas. O gasto com pessoal contribui com quase 70%, mas despesas com luz, água, telefone, e aprimoramentos, como computadores, bibliotecas, entre outros, também pressionam".

Além disso, tivemos inflações muito altas em anos anteriores, e algumas escolas estão tendo de buscar essa defasagem agora - explica Flávio Reis, vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Rio Grande do Sul (Sinepe).

Para Ecléia Conforto, economista e técnica da subseção da Federação dos Trabalhadores de Estabelecimentos de Ensino do Estado (Fetee-Sul) do Dieese, investimentos em melhorias estruturais não deveriam ser usados como argumentos para reajustes.

"Esse tipo de custo entra como investimento e não como insumo, porque vai trazer retorno para as escolas. O aumento de água e luz também não serve como explicação. Afinal, os pais pagam em casa os mesmos reajustes", pondera.

Ecléia lembra ainda que, nesta época de rematrícula, os pais têm de barganhar.

"Há margem para negociar reajustes bem mais próximos à inflação. Analise as planilhas de custos das escolas e compare preços", recomenda.

Conforme Ecléia, de 1996 a 2004, os reajustes com a educação básica no ensino privado ficaram 22,8% acima da variação dos salários e 28% a mais do que o INPC:

"Isso mostra que o problema não é tanto a mensalidade em si e sim a renda, que não cresce no mesmo patamar".


TATIANA CRUZ
do jornal Zero Hora

   
 
 
 

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