WASHINGTON.
O presidente do Banco Mundial (Bird), James Wolfensohn, disse
ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “está
promovendo uma revolução” no Brasil com
a sua política econômica e social. Wolfensohn
disse acreditar que o Brasil conseguirá reduzir pela
metade a pobreza no país até 2015, conforme
as Metas de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidas
pelo Bird.
"Agora, quando se conversa com gente de negócios
na América Latina, e também com a sociedade
civil, nota-se que houve uma mudança de tom, particularmente
no Brasil. Eu penso que o Brasil pode avançar e alcançar
as metas (de redução da pobreza), e acho que
é realmente importante que o Brasil faça isso,
por causa do seu tamanho e de sua importância na América
Latina", disse Wolfensohn em entrevista coletiva, no
segundo dia da reunião semestral conjunta do Bird e
do Funco Monetário Internacional (FMI).
Mudança de cultura
O executivo sugeriu aos brasileiros que tenham paciência,
dando a Lula tempo suficiente para desenvolver programas como
o Fome Zero, em vez de exigir resultados imediatos. Wolfensohn
disse que “não se fazem mudanças desse
tipo da noite para o dia” e que está havendo
no Brasil, na verdade, “uma mudança de cultura”.
"O que o presidente Lula está fazendo é
talvez a mais importante tentativa no mundo hoje: criar eqüidade
social num país muito grande, e no qual ele está
reunindo todos os segmentos para atingir um novo objetivo,
que é a justiça social, que é colocar
alimentos na mesa dos brasileiros, e realizar aquilo que é
uma revolução em seu país: fazer com
que ricos e pobres se unam para obter uma distribuição
de renda mais justa, para que haja crescimento na sociedade",
disse o presidente do Bird.
Segundo ele, não se devem aguardar resultados imediatos
e, sim, “olhar para a consistência naquilo que
ele (Lula) está fazendo”. E completou:
"Acho que o ministro da Fazenda e as equipes econômica
e social estão realmente dando os passos certos. Eu
não acho que cem dias sejam suficientes para isso.
Não acho que um ano seja suficiente para isso. Mas
o que o governo está fazendo me parece responsável
e creio que será eficaz. Essa é a minha opinião".
Por sua vez, a diretora-gerente interina do FMI, Anne Krueger,
disse que o Fundo permitirá que o governo brasileiro
reforce os investimentos no setor social com recursos que
já tinham sido alocados no Orçamento para outras
áreas. O mais importante, disse ela, é que os
gastos sociais sejam mais bem aproveitados “e atinjam
os fins desejados”.
As informações são
do jornal O Globo.
|