VILA VELHA
(ES) - Além de ser uma das únicas cidades do
país a adotar a gestão participativa comunitária
para escolher as oficinas oferecidas nas escolas, o programa
Escola Aberta de Vila Velha (ES) gera renda aos pais e alunos.
Com cerca de sete mil participantes, a estrutura do Escola
Aberta em Vila Velha é a mesma de várias cidades
do país. Escolas da rede municipal de ensino abrem
suas portas nos finais de semana e oferecem uma gama de atividades
socioculturais para a comunidade.
Embora o foco do programa seja o incentivo à cultura
e ao esporte, cursos como biscuit, confeitaria, produção
de bijouterias, cabeleireiro e manicure têm garantido
um dinheiro extra no final do mês àqueles que
freqüentam o Escola Aberta.
“Esses cursos foram introduzidos e são ministrados
pela própria comunidade. A renda não estava
no projeto. É um efeito colateral que tem ajudo muita
gente. Sempre aparecem voluntários que se oferecem
para ensinar o que sabem. E nós não falamos
não, afinal, o benefício é de todos”,
afirma o secretário municipal da Educação,
Roberto Beling.
A estudante Elenice Marques dos Santos, 11 anos, está
entusiasmada com as cestas de jornal que aprendeu a fazer.
“Parece coisa de outro mundo, a gente ganha dinheiro
fazendo trabalho no jornal. Para o Dia das Mães, tive
quatro encomendas. Com o dinheiro que recebi ajudei um pouco
em casa e comprei alguma coisa para mim”, orgulha-se.
Atualmente, sete escolas do município possuem o programa.
Cada uma tem até 15 oficinas, entre elas informática,
teatro, música, artesanato, reforço escolar,
esportes em geral e cursos não muito convencionais,
como dança de salão, street dance, hip hop e
grafite.
“Com atividades inovadoras, conseguimos alto índice
de participação. O grafite e o hip hop, por
exemplo, atraem muito os jovens. É uma forma de trabalhar
a cultura, desenvolver a criatividade e a consciência
crítica desses meninos de uma forma que eles gostam
e se identificam”, ressalta Beling.
Os oficineiros são professores da própria rede
municipal, alguns profissionais do Ministério da Educação
(MEC) em parceria com a Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco), e pessoas da comunidade.
O Escola Aberta de Vila Velha ainda está em seu projeto
piloto. Apesar de estar em funcionamento há apenas
oito meses, foi considerado pelo MEC, em abril, referência
nacional para outros estados pela gestão participativa
e boa aceitação comunitária.
Segundo o secretário municipal da Educação,
espera-se que, até o final do ano, mais sete escolas
recebam o programa.
As informações são
da Oficina da Palavra, de Brasília.
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