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Keila Baraçal
Para tentar coibir a violência
na Praça Roosevelt (Centro), onze grupos – entre
teatro, cinema e literatura – decidiram ocupar as ex-salas
da Escola Municipal de Ensino Infantil Patrícia Gouveia.
Desde dezembro, o espaço serve como dormitório
e ponto de uso de droga por pessoas da “cracolândia”.
O trabalho cultural será feito, até que o prédio
seja demolido e o projeto da nova Praça Roosevelt,
concretizado. Alunos e professores foram transferidos ano
passado para outro prédio, na rua Augusta. Para o dia
10 do próximo mês, está prevista uma festa
de inauguração do espaço.
“Resolvemos ocupar o espaço
para preservar a nossa segurança. Foi o meio que encontramos
de a arte estar junto com o poder público e tentar
eliminar a violência”, diz Ivan Cabral, ator integrante
de Os Satyros. A depredação foi tanta que, no
período de um mês, a praça estava sem
luz – fios e lâmpadas já tinham sido furtados.
Ameaças de outras depredações também
são constantes – este era mais um motivo para
a ocupação do espaço.
Ao todo, estão envolvidos no
programa Os Satyros, Os Parlapatões, Cemitério
de Automóveis, Dramáticos em Cena, Espaço
Cenográfico, Teatro Oficina, Vertigem, Cim (Centro
Informação Mulher) – de teatro –;
Evaldo Morcazel, Kinoarte – de cinema – e Vacamarela
– de literatura. Todos usarão o local para fazer
ensaios, construir cenários, palestras etc.
O modelo de uso, no entanto, não
está totalmente definido. Por ora, todos os grupos
estão fazendo reuniões periódicas para
decidir como ele será feito. A Prefeitura de São
Paulo, segundo Cabral já está fazendo a limpeza
das salas.
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