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tecnologia
29/04/2004
Planalto aposta em software contra crime

Lançado há quatro meses pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o TerraCrime, um software de domínio público que permite tratar o crime de forma científica, com planejamento e prevenção, ainda não foi implantado por Estados e municípios.
A Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), órgão do Ministério da Justiça que encomendou o programa, está treinando pessoas ligadas à segurança nos Estados.

Elas irão cuidar da difusão e da ampliação do uso do geoprocessamento da criminalidade, de forma que o software se torne um instrumento de uso corriqueiro das polícias contra a escalada do crime no país.

Só Porto Alegre
Por enquanto, apenas Porto Alegre adotou o software e o utiliza como um programa piloto. Outras capitais estaduais, como São Paulo e Belo Horizonte, adotam programas semelhantes, embora não sejam tão avançados quanto o TerraCrime e não sejam softwares desenvolvidos especificamente para essa questão.

De acordo com Luiz Fernando Corrêa, secretário Nacional de Segurança Pública, órgão do Ministério da Justiça, até julho as três pessoas de cada Estado que passam pelo treinamento -um da Polícia Militar, um da Polícia Civil e outro da Secretaria de Segurança- estarão aptas a iniciar a multiplicação do uso do programa em todo o país.

A adesão das principais cidades a esse sistema de mapeamento da criminalidade, associado a um outro programa, o de uniformização dos dados das ocorrências de crimes que são repassados para o Ministério da Justiça, vai possibilitar, segundo Corrêa, a criação, no futuro, de um plano nacional de segurança.

"Cabe aos gestores estaduais e municipais a adesão ao programa. Eles devem se articular com as secretarias de Segurança Pública, que vão contatar os municípios. A questão está bem encaminhada, vamos sentir o reflexo já no ano que vem", declarou o secretário nacional à reportagem da Agência Folha.

Ferramenta necessária
O geoprocessamento do crime é um instrumento científico reconhecidamente eficiente, mas só ele não basta, segundo o sociólogo Róbson Sávio Reis Souza, secretário-executivo do Crisp (Centro de Criminalidade e Segurança Pública), da UFMG, que trabalha com a Polícia Militar de Minas desde 1997.

"Se as polícias não tiverem instrumentos necessários para operá-lo e gente qualificada para analisar as inúmeras informações que ele gera, não terá muito efeito. O software é uma ferramenta necessária, mas insuficiente para melhorar a segurança pública."

A Secretaria Nacional de Segurança Pública crê na adesão dos municípios ao programa como forma de política pública contra a criminalidade.

O sociólogo da UFMG também acredita nisso, mas diz que a adesão se dará mais facilmente porque as polícias não têm outros instrumentos científicos para combater a criminalidade.

"Nos municípios com mais de 150 mil habitantes, são praticados cerca de 70% dos crimes do país. Então, por falta de opção, eles vão ter que aderir", afirmou.


PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

   
 
 
 

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