Vindos
de famílias de baixa renda, com pais de pouca escolaridade
e sem acesso a bens culturais, os jovens pardos e negros representaram
no ano passado 41% dos alunos que fizeram o Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem). E obtiveram desempenho abaixo
da média geral na prova, cuja sétima edição
será aplicada neste domingo.
Os dados são de um levantamento do Instituto de Estudos
e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação,
que preparou uma escala de 0 a 100 para o desempenho dos alunos,
apesar de o Enem ter 63 questões. Os resultados foram
cruzados com o questionário socioeconômico respondido
pelos alunos.
Desse modo, a média geral na prova objetiva foi de
49,55 pontos. Negros e pardos obtiveram 45,5. Comparado por
faixas, por exemplo, 14,9% dos estudantes tiveram desempenho
considerado de bom a excelente. Entre os negros e pardos,
apenas 9% conseguiram a classificação.
Os resultados são apenas parte de um perfil abrangente,
que mostrou que esses alunos compõem um grupo com poucos
acessos e recursos: 81% têm renda familiar de até
cinco salários mínimos, 81% não fizeram
curso de línguas, 43% não freqüentaram
aulas de informática e 32% trabalharam o tempo todo
do curso.
"Olhando o perfil dos negros e a nota, considero que
esses jovens provam que têm uma capacidade fantástica
de fazer muito com pouco", afirma Frei David, da Educafro,
instituição que trabalha com jovens de baixa
renda.
A educadora Neide Nófis, da Faculdade de Educação
da PUC-SP, afirma, no entanto, que a cor não é
um elemento a ser levado em conta no desempenho.
As informações são
da Agência Estado.
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