O Poder
Legislativo de São Paulo que inicia os trabalhos amanhã,
dividido em três grupos, terá como primeira batalha
a definição das sete comissões, como
as de finanças e de constituição e Justiça.
O jogo de forças entre os 55 vereadores inclui 26
parlamentares reeleitos. Na câmara que pode ser uma
pedra-no-sapato da gestão José Serra (PSDB),
34 parlamentares dizem já ter projetos prontos para
apreciação. Mas as votações estarão
rachadas entre o bloco do PSDB, com 22 vereadores (12 tucanos),
a turma do PT (13 do partido, um do PC do B e um do PSB) e
o "centrão", com PMDB, PL, PP e PTB, que
podem pender para um lado ou para o outro.
Na prática, Serra terá de suar bem mais a camisa
para aprovar projetos importantes, que exigem a maioria dos
vereadores, que a ex-prefeita Marta Suplicy (PT).
A movimentação eclodiu já na posse,
quando o então tucano Roberto Tripoli, hoje sem partido,
foi eleito presidente da Casa com apoio de centrão
e petistas.
Em resposta à "traição" de
Tripoli, como definem políticos do PSDB, trabalha até
o vice-prefeito, Gilberto Kassab (PFL), que, na semana passada,
ajudou a articular a vinda de Bispa Lenice (ex-PV) e Marta
Costa (ex-PTB) para sua legenda. Com isso, a base aliada ganha
um voto que era do centrão.
O PFL ainda cogita outros dois nomes. Mário Dias (PTB)
e a cantora evangélica Noemi Nonato (PSB) estão
sendo assediados.
Como as articulações não param por aí,
o tucanato dá como certa a conquista pela maioria na
Casa. A fiel-da-balança será a composição
das comissões permanentes (compostas por vereadores
que avaliam os projetos apresentados). No total, são
sete, sendo as mais importantes a de Finanças, a de
Política Urbana e a de Constituição e
Justiça. Elas podem ficar, respectivamente, com o PSDB,
o PT e o centrão.
O mais rico
Dos 55 vereadores, o "mais rico" tem um
flat, parte de um apartamento na praia, dois imóveis,
três lotes, um sítio, um terreno, dois carros,
ações de oito empresas, sociedade em clínica
médica. O patrimônio declarado de Mário
Dias (PTB), terceiro mandato na Casa, é de R$ 3,7 milhões.
Já o pastor evangélico Jorge Borges (PTB) disse
não ter bens.
CLAYTON FREITAS
da Folha Online
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