Convocados
pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela União
Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), cerca de dois
mil estudantes participaram ontem de uma passeata pelas ruas
do Centro da capital mineira. Foi a primeira de uma série
de manifestações em defesa da reforma do ensino
superior que acontecerão esta semana nas principais
capitais do país.
Os estudantes se concentraram na Praça Afonso Arinos,
no Centro, e seguiram em passeata até a sede regional
do Banco Central, onde fizeram o enterro simbólico
da política econômica do governo. Também
foram até a sede do Conselho Estadual de Educação,
onde houve um ato público contra o que classificaram
de sucateamento da universidade pública.
Protesto no Banco Central
Depois da capital mineira, as manifestações
prosseguem hoje em São Paulo (com saída do Masp)
e Brasília (em frente à sede do Banco Central).
Amanhã, os estudantes farão protestos no Rio
de Janeiro (onde haverá também um ato público
para lembrar os 40 anos do golpe militar), em Salvador e em
Cuiabá.
Já na sexta-feira a passeata será em Porto
Alegre. Na ocasião, acontecerá o lançamento
da Caravana da UNE pela Reforma Universitária, que,
em abril e maio, percorrerá 32 instituições
de ensino superior nas cinco regiões da país.
A passeata teve o apoio da Central Única dos Trabalhadores
(CUT). Os estudantes pediram mudanças no ensino e na
política econômica do governo, que, na avaliação
da UNE, privilegia os bancos e impede investimentos em educação.
Os manifestantes reivindicaram também a reserva de
50% das vagas nas universidades para alunos de escolas públicas,
a regulamentação do ensino superior privado
e a ampliação de vagas e a garantia de financiamento
para as universidades públicas. Além disso,
querem passe livre.
“Queremos mais vagas nas universidades e mais investimentos
na educação”, afirmou o presidente da
UNE, Gustavo Petta.
WALTER HUAMANY
do jornal O Globo
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