|
Cineastas como Humberto Mauro, Glauber
Rocha e Cacá Diegues e até mesmo diretores de
teatro, como Antunes Filho, são alguns dos nomes da
cultura brasileira que estão ajudando mais de cem mil
crianças e adolescentes (118.300) matriculados em 92
escolas da rede estadual da zona leste de São Paulo
a entender melhor a cultura do país. Obras realizadas
por eles fazem parte dos títulos da videoteca do Projeto
Cinema e Vídeo Brasileiro nas Escolas, projeto da Fundação
Abrinq, Natura Cosméticos, Ação Educativa
e secretarias municipal e estadual de Educação
de São Paulo.
O Projeto Cinema e Vídeo Brasileiro nas Escolas tem
como objetivo desenvolver acervos de videoteca para serem
utilizados pelas comunidades escolares em seu trabalho educativo,
bem como pelos moradores do entorno em seu tempo livre, diz
Rubens Naves, diretor-presidente da Fundação
Abrinq.
A idéia é contribuir para o acesso da população
dos bairros da periferia da cidade à produção
audiovisual brasileira. Em 2000, foi realizada na Escola Estadual
Condessa Filomena Matarazzo (localizada no bairro Ermelino
Matarazzo, zona leste de São Paulo) uma pesquisa com
os alunos que diagnosticou a dificuldade de acesso dos professores
a cópias de filmes e vídeos nacionais.
Com recursos financeiros do programa Crer para Ver (iniciativa
da Fundação Abrinq e da Natura Cosméticos)
e parcerias com a Ação Educativa e a TV USP
(Canal Universitário), o projeto foi desenvolvido a
partir de 2001.
Dentre as ações realizadas no biênio 2001-2002,
destacam-se a criação das videotecas, os cursos
e as mostras de vídeos. Em três escolas da região
foram implantados acervos de videoteca compostos por 450 filmes
brasileiros organizados em oito coleções temáticas.
Hoje, há 580 filmes.
Novos desafios
Em setembro de 2002, já com responsabilidade
direta da Ação Educativa, o projeto foi escolhido
pelo Crer para Ver para ser reelaborado. Os novos desafios
foram: ampliar o repertório cultural de educadores,
alunos e comunidade. Para isso, o vídeo "A Arca
dos Zo'é", em que Dominique Gallois e Vincent
Carelli visitam a tribo indígena dos Zo'é, considerada
detentora de uma cultura intacta na Amazônia, poderá
ser um instrumento para os professores discutirem em sala
de aula a cultura indígena. Da mesma forma acontece
com a questão do negro, via a exibição
de filmes como "Quilombo" e "Xica da Silva",
de Cacá Diegues, e com as culturas regionais, via "Deus
e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha.
As informações são
da Folha de S.Paulo. |