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As águas subterrâneas
do Estado de São Paulo são consideradas de boa
qualidade para consumo, segundo relatório divulgado
ontem pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
(Cetesb). Noventa por cento das águas subterrâneas
do estado apresentam excelente ou boa qualidade para consumo
humano e apenas 10% foram classificadas com qualidade aceitável
(precisam passar por tratamento para o consumo).
Entretanto, foram constatados casos
de ultrapassagem dos padrões de potabilidade, principalmente
em relação ao nitrato e ao cromo, no Noroeste
do estado. Na Região Metropolitana de São Paulo,
apesar de ter sido registrada qualidade de água boa
e aceitável para abastecimento público, houve
detecção de ultrapassagem de padrão para
o ferro, manganês, fluoreto e chumbo em alguns dos poços
monitorados.
Segundo o relatório, essas
substâncias podem ter origem natural (fazendo parte
da composição do solo) ou de fontes poluentes
— resíduos industriais e domésticos. A
Grande São Paulo está sobre o sistema Aqüífero
Cristalino, onde situam-se poços utilizados, basicamente,
para abastecimento privado (indústria, hotéis,
hospitais, clubes e condomínios residenciais). Os aqüíferos
podem ser definidos como grandes formações de
rochas, preenchidas com água.
A Grande São Paulo também
mostrou contaminações por substâncias
orgânicas tóxicas, devido à intensa industrialização,
como tetracloro etileno, cloreto de vinila, clorofórmio,
benzeno e hidrocarbonetos (proveniente principalmente de vazamentos
de tanques de postos de gasolina).
O monitoramento na Grande São
Paulo pela Cetesb foi iniciado em 2003, quando notou-se aumento
do número de poços perfurados. O crescimento
da população, os longos períodos de estiagem,
o aumento da poluição em rios e reservatórios
e o desperdício tornaram insuficiente a captação
superficial. Ao todo foram monitorados 11 poços nessa
região, onde, segundo o Departamento de Águas
e Energia Elétrica, existem 12 mil poços funcionando.
ANA MARIA BARBOUR
do Diário de S.Paulo
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