SÓ SÃO PAULO
HOME | NOTÍCIAS | COLUNAS | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
08/01/2004
Retirada de remédios de postos faz pacientes recorrerem a drogarias

A retirada de pelo menos quatro remédios de distribuição gratuita das farmácias dos postos de saúde do estado tem levado pacientes a comprar os medicamentos em drogarias convencionais. O governo do estado diz que os remédios foram substituídos por medicamentos “mais modernos e de melhor efeito”. Mas não é essa a informação que a população recebe nos balcões da rede pública de Postos de Atendimento Médico (PAM) do Centro, Várzea do Carmo e Lapa. Segundo os funcionários, esses medicamentos foram “retirados (das farmácias) pelo Governo”. Eles chegam até recomendar que os pacientes procurem um posto da Prefeitura.

Segundo funcionárias que preferiram não se identificar, medicamentos como Verapamil (para pacientes com problemas cardíacos), Vaslip (prescrito para problemas de colesterol), Estugeron (labirintite), Ampicilina (antibiótico) e pelo menos outros dez deixaram de ser fornecidos pelo estado. “Antes tinha. Pararam de distribuir. Não disseram o motivo”, diz uma servidora.

O drama de muitos hoje é semelhante ao da aposentada Edna Balan Chaves, de 77 anos. Ela conta que até agosto retirava o Verapamil e o Vaslip no PAM Lapa, Zona Oeste, ou no PAM Centro. Juntos, esses medicamentos custam em torno de R$ 50. Edna sobrevive com R$ 240 mensais e ainda toma outros tipos de medicamentos.

“Há anos retirava os comprimidos, uma vez por mês. E está difícil comprar”, conta.

A Secretaria Estadual de Saúde chegou a negar, anteontem, que distribuía Vaslip e Verapamil. O DIÁRIO teve acesso a nove receitas da paciente, de outubro de 2002 a dezembro de 2003, em papéis timbrados da secretaria. Nas receitas do ano passado, por exemplo, nos dias 14 de fevereiro, 11 e 24 de julho, há carimbos de que os medicamentos foram fornecidos no PAM Lapa.

Sandoval da Rocha, de 76, também saiu do PAM Centro na última terça-feira sem Ampicilina (antibiótico). “A moça falou que não vai ter mais. Vou procurar uma farmácia com desconto”, lamentou ele.


Outras faltas
Ainda há outros medicamentos em falta, o que irrita e decepciona a população. Mãe de três filhos, a dona de casa Katia Cristina Oliveira, de 31, não conseguiu no PAM Centro o Aditil (vitaminas A e D infantil) para Emily, de um mês. “O jeito vai ser comprar. Não posso deixar a neném sem vitamina. O difícil é que não tenho só um filho. Um absurdo o que este Governo faz com a gente. Cadê o direito ao remédio gratuito”, reclama Katia.

 

JAQUELINE FALCÃO
do Diário de S.Paulo

 
 
 

notícias ANTERIORES
08/01/2004
Marta pede paciência a moradores e comerciantes da Rebouças
07/01/2004
Câmara limita número de alunos por sala de aula
07/01/2004
Paulistano começa a receber carnês do IPTU a partir do dia 21
06/01/2004
Desabrigados continuam embaixo de viaduto
05/01/2004
Favelas de SP têm melhoria
05/01/2004
Municipalização da liberdade assistida é debatida em SP
02/01/2004 Custo da cesta básica fica abaixo da inflação
02 /01/2004 Repasse atrasado ameaça serviço de diálise
30 /12/2003 Estudantes deverão pedir carteira de passe escolar para a SPTrans
30 /12/2003 Educação é o destaque da gestão Marta