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29/12/2003
Iluminação diminui roubos em até 63%

A sensação de insegurança que muita gente tem ao andar em uma rua escura não é uma impressão, mas um risco -e alto- de ser vítima de algum tipo de violência. Prova disso é um levantamento do número de roubos em 12 avenidas e praças de São Paulo -escolhidas aleatoriamente- que receberam nova iluminação entre abril e agosto deste ano.

Um mês depois de instaladas lâmpadas mais potentes, oito locais tiveram uma redução das ocorrências em comparação ao mês anterior. Há casos em que a queda chegou a 63%. Nos outros quatro, o índice ficou estável.

Os dados são da Secretaria de Estado da Segurança Pública -não incluem furtos e roubos de carros- e não condizem com a situação geral constatada na capital no mesmo período. Segundo a secretaria, o número de ocorrências de roubo registrado na cidade aumentou 10,27% entre o primeiro e o terceiro trimestre.

O projeto da nova iluminação pública -troca de lâmpadas de mercúrio pelas de vapor de sódio, até seis vezes mais fortes- é uma parceria entre a Prefeitura de São Paulo e a Eletropaulo. Ele é bancado, em parte, pela taxa da luz e já atingiu 150 avenidas. Para 2004, a promessa é chegar à periferia.

O Ilume (Departamento de Iluminação Pública) prevê instalar 40 mil lâmpadas em vias longe do centro, mas os bairros a serem atendidos ainda não foram definidos. Prédios históricos também serão beneficiados.

Um dos exemplos de redução de roubos após a nova iluminação é o da avenida Antártica (zona oeste de SP). As lâmpadas novas chegaram em maio; os roubos caíram 63% comparando-se abril com junho. Os números absolutos não foram divulgados.

Para o delegado Celso Damasceno, do 23º Distrito Policial, que atende a região, a nova iluminação contribuiu para a redução da criminalidade. "A luz já é uma questão de segurança. Quando está vinculada ao trabalho policial, o resultado é melhor", disse.

Na praça da Sé (centro), onde a remodelação ocorreu em abril, a queda registrada foi de 9%. Entre os casos em que o índice de ocorrências ficou estável mesmo com as lâmpadas novas estão os das avenidas Sapopemba (zona leste) e Duque de Caxias (centro).

Na avaliação da Secretaria de Estado da Segurança Pública, a iluminação, isoladamente, não é determinante na redução de crimes, "mas, sim, um componente facilitador do trabalho desenvolvido pelas polícias Militar e Civil".

De acordo com a secretaria, foram instaladas diversas unidades de policiamento em algumas das ruas com iluminação nova.

Andar na rua
Para a maioria dos pedestres e moradores, porém, a "luz nova" trouxe mais segurança e devolveu hábitos há tempos abandonados, como passear, a pé, à noite.

Para o taxista Gilmar Lemos, 48, a iluminação na av. Antártica ajuda as vítimas de roubo a reconhecerem seus algozes. "A luz é um benefício. Se não conseguir evitar o assalto, pelo menos dá para ver a cara do ladrão", ironizou.

Lemos trabalha em um ponto de táxi na avenida. No ponto de ônibus ao lado, a sensação de segurança dos passageiros não é diferente. A auxiliar de farmácia Giovana Renê, 23, conta que, até maio deste ano, os minutos de espera pelo ônibus eram intermináveis. Com as luzes mais potentes, ela diz que "respira aliviada".

A dona-de-casa Cristina Gibelato, 36, conta que após a remodelação do sistema de iluminação da av. Antártica voltou a caminhar à noite, com seus três filhos pequenos, pela via. "Antes, tínhamos o hábito de ir à lanchonete andando. Depois, com os frequentes roubos, ficamos com medo e preferimos ficar em casa. Agora, com a nova iluminação, sinto-me mais segura", afirma a dona-de-casa.

Na opinião de Cristina, as ruas sem iluminação, além de "meter medo", facilitam a ação dos ladrões. "Os bandidos ficam mais à vontade para agir em ruas escuras. Já tinha percebido que a rua está mais tranquila", afirma.


As informações são do jornal Agora.

 
 
 

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